Jack Martins, com raízes de Barcelos, Lisa Boscola, com família originária de Valença, ou Lori Loureiro Trahan, com raízes no Porto e nos Açores, são alguns dos candidatos lusodescendentes e luso-americanos que saíram vitoriosos das suas corridas eleitorais na costa leste dos Estados Unidos nas intercalares de terça-feira.
O advogado de origem portuguesa Jack Martins, que concorria pelo partido republicano para o 7.º Distrito do Senado Estadual de Nova Iorque, venceu na noite de terça-feira a rival democrata Anna Kaplan, regressando assim a um cargo que já ocupou.
Segundo dados provisórios avançados pela imprensa local, Jack Matins alcançou 64.009 votos contra 55.963 votos de Anna Kaplan.
Martins, um advogado que conta já com uma longa carreira política nos Estados Unidos, é filho de emigrantes de Alheira, nos arredores de Barcelos, que se estabeleceram nos anos 1960 em Mineola, cidade de Nova Iorque da qual o republicano já foi presidente da Câmara.
Enquanto os votos ainda se contam por todo o país, a democrata Lisa Boscola, filha de emigrantes de Valença, conseguiu o seu sétimo mandato como senadora estadual na Pensilvânia, tendo derrotado o republicano John Merhottein.
Lisa Boscola obteve 60.816 votos contra 42.630 de Merhottein, de acordo com resultados não oficiais publicados hoje pela imprensa local.
Também Rosa Rebimbas, filha de portugueses, deixou a Assembleia Legislativa de Connecticut para se candidatar ao cargo de ‘Probate Judge’, ou juiz de sucessões – que lida com questões de sucessões e administração de propriedades -, tendo declarado vitória na manhã de hoje.
“Obrigada! Obrigada! Obrigada! Não podemos agradecer o suficiente aos nossos apoiantes e eleitores pela tremenda vitória de Rosa! Rosa será a próxima Juíza de Sucessões do 21.º Distrito”, que inclui as localidades de Naugatuck, Prospect, Beacon Falls e Middlebury, segundo a conta de Twitter da lusodescendente.
Com 84% dos votos apurados, a democrata Lori Loureiro Trahan, cujas raízes remontam ao Porto e aos Açores, conseguiu 62,3% dos votos contra 37,7% do republicano Dean Tran e foi assim reeleita para um terceiro mandato na Câmara dos Representantes norte-americana pelo 3.º distrito congressional de Massachusetts.
Em 2018, Lori tornou-se na primeira mulher de ascendência portuguesa eleita para a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, segundo a Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento, tendo conseguido a reeleição dois anos depois, em 2020.
“O terceiro distrito é onde nasci, onde fui criada, e é onde o meu marido e eu estamos a criar as nossas duas meninas. Representar famílias trabalhadoras em todo o nosso distrito é a honra de uma vida. Obrigada a todas as pessoas que me confiaram o seu voto”, escreveu a democrata na rede social Facebook, na madrugada de hoje.
Muitos outros luso-americanos e lusodescendentes concorreram para vários cargos nestas eleições intercalares norte-americanas, cujos votos ainda se encontram em processo de contabilização, num processo que pode durar dias.
Num panorama mais amplo, as eleições intercalares que decorreram na terça-feira determinarão qual o partido que controlará o Congresso norte-americano nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo, entre outros cargos, 36 governos estaduais.
Em disputa estão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente, Kamala Harris.