O presidente da Federação de Braga do PS, Frederico Castro rejeitou, hoje, em declarações a O MINHO, as críticas à sua atuação à frente do órgão feitas pelo militante Luís Soares, que se vai candidatar nas eleições de setembro: “são declarações que escondem a verdadeira motivação, são um pretexto para aquilo que é apenas um projeto de poder”, disse.
Na quinta-feira, e em entrevista a O MINHO, Luís Soares havia dito que a liderança de Frederico Castro foi “uma frustração”, explicando que, ”dois anos volvidos, eu e todos aqueles que confiaram de boa fé, percebemos que a liderança de Frederico Castro foi uma frustração e uma deceção sob todos os aspetos”.
O candidato vimaranense, apontou, nomeadamente , o que diz ser “a promoção da divisão do partido, a falta da assunção dos compromissos assumidos com militantes e consequentemente nos maus resultados eleitorais obtidos no distrito nas últimas eleições legislativas de março, dos piores de sempre para o partido”.
Candidatei-me em busca do consenso
Rebatendo as críticas, Frederico Castro salienta que, há dois anos, em 2022 , se candidatou à liderança da Federação numa lista que buscava o consenso e a coesão, algo que dois anos antes, em 2020, não havia sido possível surgindo então duas candidaturas, de Joaquim Barreto e Ricardo Costa. E afirma que Luís Soares queria candidatar-se em 2022, mas “recuou por perceber não ter apoios entre os militantes”.
Contrapõe que sempre atuou no órgão federativo para esse objetivo, o da coesão, e diz que, quem liderou uma concelhia onde ainda hoje perdura uma divisão que resultou da sua liderança, foi mesmo Luís Soares, na secção concelhia de Guimarães.
Sobre os resultados obtidos pelo PS nas últimas eleições legislativas, no distrito de Braga, com a consequente descida de mandatos, – de nove para seis – o também presidente da Câmara da Póvoa de Lanhoso diz que assume naturalmente a sua quota parte da responsabilidade, mas salienta que a votação esteve em linha com o que se passou a nível nacional, ou seja, resulta de uma conjuntura política.
”A Federação não tem a responsabilidade total dos resultados quando são negativos nem tem o mérito exclusivo dos resultados quando são positivos…Quem quiser fazer uma análise séria sabe perfeitamente que os resultados resultam sempre de contextos políticos e dos momentos que atravessa o Partido ou a governação quando somos Governo. O militante Luís Soares deveria saber isso, mas ainda não tem maturidade suficiente para fazer esta leitura, ou, então, pior, faz uma leitura convenientemente negativa porque precisa de justificar a sua candidatura de alguma forma”.
Se há alguém que está frustrado, sou eu
Frederico Castro contra-ataca e diz que Luís Soares tem apenas um “projeto pessoal de poder”, que procura justificar com “razões falaciosas” e que apenas vai dividir o partido: “decidi não me recandidatar ao cargo porque estou dececionado com desta forma de fazer política que, infelizmente persiste no PS e parece-me noutros partidos tradicionais também”.
E acentua: “Há pessoas que querem servir-se do poder em vez de servir os cidadãos, mas, para isso, não contem comigo. Candidatei-me em 2020 para servir o Partido Socialista e ajudar a resolver um problema no distrito e com o intuito de transportar para a Federação o bom trabalho que fizemos ao longo de muitos anos e continuamos hoje a fazer na concelhia da Póvoa de Lanhoso, com lealdade e seriedade mas sobretudo com resultados positivos. Mas os protagonistas são muito diferentes na Federação e o grau de egoísmo que existe hoje em alguns setores da política partidária não permite fazer esse trabalho.”
E a concluir: “Estou muito satisfeito e sinto-me muito realizado no meu dia a dia exercendo a função de presidente do município da Póvoa de Lanhoso, que é e sempre foi a minha prioridade política ao longo de todos estes anos. Gosto do que faço, tenho a oportunidade de ajudar as pessoas do meu concelho e trabalhar a pensar em dar-lhes mais qualidade de vida, trabalhei muitos anos para criar as condições que hoje me permitem ir transformando o meu concelho em conjunto com a minha equipa, passo a passo, mas de forma consistente. A atividade política deve ser isso mesmo e deve também ser algo que nos dê prazer, o que felizmente sinto na Póvoa de Lanhoso”.