Cinco homens, três dos quais são pai e dois filhos, todos residentes em Fafe, foram detidos nas últimas horas, pela Polícia Judiciária de Braga, todos suspeitos por tentativa de homicídio qualificado, devido a graves agressões, com ferros e paus na cabeça, contra um casal das Taipas, Guimarães, que lhes tinha fugido a trabalho escravo, numa quinta em Felgueiras.
No ataque à residência do casal, situada na freguesia de Ponte, nas imediações de Caldas das Taipas, do concelho de Guimarães, foram disparados três tiros de pistola, para o ar, para a intimidação prévia das vítimas, a principal das quais, o marido, António Pinto, sofreu de agressões mais graves, enquanto a esposa também era agredida e ambos foram ameaçados de morte, se contassem às autoridades aquilo que acabava de suceder na casa, situada numa moradia, na Rua Cimo de Vila, freguesia de Ponte, concelho de Guimarães.
O principal suspeito, Manuel Gonçalves Araújo, é natural e residente em Fafe, onde tem uma fábrica de confeções têxteis e uma empresa de furos e captação de água, ambas com localização em Fafe, mas também é empresário agrícola e tem uma quinta na localidade de Rande, concelho de Felgueiras, distrito do Porto, onde alegadamente terá sujeito entre fevereiro e agosto de 2021, a vítima, António Pinto, a trabalhos em condições precárias e degradantes, numa situação que à partida configurará tipicamente relações de escravidão.

Na sequência das situações continuadas de maus tratos e de degradação humana, a vítima fugiu da referida propriedade agrícola, situada em Felgueiras, sendo que o patrão, Manuel Gonçalves Araújo, terá engendrado um plano para “dar uma ensinadela” ao trabalhador agrícola, supostamente por este ter deixado a quinta, em Rande, sem o avisar previamente, o que este terá feito, precisamente com medo de uma reação hostil, pelo empresário, naquele local ermo, onde a vítima, António Pinto, dormia, desde o início, num contentor.

Os cinco detidos foram apresentados já ao fim da manhã desta quarta-feira, ao Palácio da Justiça de Guimarães, para serem submetidos a primeiro interrogatório judicial, pelo juiz de instrução criminal da Comarca de Braga e aplicação das respetivas medidas de coação.