O casal que terá encomendado um fogo posto na oficina Moto Racing 21, em Arcos de Valdevez, para receber dinheiro do seguro, foi condenado esta quarta-feira com penas suspensas pelo Tribunal de Viana do Castelo. Também a namorada da vítima mortal viu a pena ser suspensa.
As principais penas foram para o casal, que se provou ter encomendado o incêndio a fim de ser indemnizado pela companhia de seguros e ver-se livre de motos com proveniência duvidosa. Lúcio Brito, de 43 anos e mais conhecido por “Mula”, foi condenado a cinco anos de prisão. A mulher, Stella Maria, de 29 anos, foi condenada a quatro anos e oito meses. Ambos são residentes em Prozelo, no concelho de Arcos de Valdevez.
Para a mais jovem, Marisa, de 26 anos, que admitiu ter participado nos atos preparatórios com o seu namorado, Gael da Cunha, os três magistrados judiciais aplicaram a pena mais baixa, de um ano e meio de prisão, suspensa na sua execução. A jovem nunca terá tido a perceção real dos acontecimentos.
A decisão do Tribunal Coletivo proferida durante a tarde acaba por ir ao encontro do que preconizara a procuradora da República, nas alegações finais, embora a medida das penas, no acórdão, não fosse tão longe como entendia aquela magistrada do Ministério Público. As penas acabaram todas suspensas na sua execução, como no final do julgamento solicitaram os dois advogados de defesa, Juliana Neves e Tiago Ferreira Freitas, ambos de Braga.
Para o eficiente desempenho do incêndio foram comprados três bidões de gasolina, num total de 75 litros, em Viana do Castelo, tendo o interior do stand e oficina “Moto Racing 21”, na localidade de Ribeirinho, da freguesia de Parada, concelho de Arcos de Valdevez, à face da EN101, sido regado com aquele combustível, por parte de Gael da Cunha, de 25 anos, que morreu em consequência de duas fortes explosões e da carga térmica.