“Tragédie”, a peça que o consagrado coreógrafo Olivier Dubois já fez circular pelo mundo, chega finalmente a Portugal e o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães, acolhe a sua estreia nacional. “Tragédie” é uma libertação explosiva. “Um espetáculo vertiginoso e hipnótico com 18 bailarinos nus em palco.
Dubois apresenta o homem na sua condição original e despe-o das condicionantes sociais, históricas e psicológicas, para criar um coro que se constrói de corpos refletindo sobre o poder telúrico que nos liga à terra, a importância da nossa consciência e dos atos voluntários que nos preenchem de humanidade”, dizem os organizadores. A peça – acrescenta o CCVF, “culmina numa catarse em que os corpos se fundem numa mesma massa, num movimento coletivo hipnótico que deixa a plateia vigilante”. O espetáculo apresenta-se a 16 de maio, às 21:30, no palco do Grande Auditório.
“Tragédie” – explica ainda – “é um frenesim de corpos nus em palco para mostrar que o simples facto de sermos humanos não nos dá humanidade. A peça que Olivier Dubois faz circular pelo mundo desde 2012 traz ao CCVF 18 bailarinos, nove homens e nove mulheres, que entram em cena numa marcha de passos assertivos. A crueza dos corpos nus e os seus movimentos abruptos traduzem os impulsos mais arcaicos do homem e mostram que o corpo sem alma não faz de nós humanos”.
Inspirado em Nietzsche
Inspirado na obra de Nietzsche, “A Origem da Tragédia”, Olivier Dubois “criou uma peça que lentamente se vai lançando para o seu clímax. O início do espetáculo, marcado por uma certa lentidão e repetição de movimentos, alimenta no público uma certa tensão para o que está por vir”.
Primeiro, no escuro, não discernimos bem as silhuetas que se desenham à nossa frente, contudo a luz vai aumentado de intensidade permitindo que a plateia veja na nudez dos corpos dos bailarinos que demoram longamente a tocar-se mas que, ainda assim, emanam uma grande intimidade através de gestos que simulam relações íntimas e do pulsar de uma respiração que se percebe ofegante”, salienta o Centro Cultural.