Marcelo Rebelo de Sousa lamentou, este domingo, a morte do motociclista Paulo Gonçalves, de Esposende, que aconteceu neste domingo de manhã, após acidente na sétima etapa do Dakar.
“Paulo Gonçalves morreu a tentar alcançar o sonho de vencer uma das mais duras e perigosas provas de rally do mundo, na qual foi sempre um digníssimo representante de Portugal, chegando a alcançar o segundo o lugar em 2015”, escreve o Presidente da República.
Num comunicado publicado no site oficial da Presidência, Marcelo “apresenta à família enlutada as mais sentidas condolências”.
Reações
O presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) afirma que “o motociclismo português está de luto muito carregado”.
“Não posso estar mais triste”, afirmou à agência Lusa. “Era um piloto que adorava e que conhecia desde pequenino. Era um exemplo como piloto e como pessoa”, acrescenta Jorge Viegas.
O presidente da FIM endereçou os “mais sentidos pêsames à família”.
“Um lutador e um piloto de excelência”, disse Armindo Araújo, piloto de ralis, à RTP3.
Também Carlos Sainz, o piloto que lidera o ‘Dakar’ nos automóveis, reagiu através do Twitter: “Hoje é um dia muito triste aqui no Dakar. Descansa em paz Paulo”.
“Ele era uma referência a nível mundial”, disse o antigo piloto de F1 Pedro Lamy. “Este acidente é muito difícil de aceitar mas faz parte do risco do desporto motorizado”.
“Descansa em paz, guerreiro Paulo. O desporto e Portugal ficam hoje mais pobres. Até sempre, Campeão!”, escreveu o piloto Félix da Costa na rede social Facebook, acompanhando a publicação com uma fotografia do piloto de Esposende.
Já Miguel Oliveira, piloto de MotoGP, disse que Paulo Gonçalves deixou “uma marca profunda na vida de quem teve o privilégio de se cruzar” consigo.
“A tua coragem e valentia são exemplos para todos nós. DEP [Descansa em paz]”, escreveu na mesma rede social.
“Uma pessoa incrível”, diz Tiago Monteiro
O piloto português Tiago Monteiro, antigo corredor na Fórmula 1 e atualmente a competir na Taça do Mundo de carros de turismo (WTCR), lamentou hoje a morte de Paulo Gonçalves, “uma pessoa incrível”.
“Um guerreiro, uma pessoa incrível! Descansa em paz amigo. Gone too soon [partiu demasiado cedo]”, escreveu o piloto português nas redes sociais.
Paulo Marques fala num “lutador”
O antigo piloto Paulo Marques lembra “um lutador” em Paulo Gonçalves, piloto que hoje morreu durante a sétima de 12 etapas do Rali Dakar de todo-o-terreno.
“O Paulo era um lutador, um profissional. Ninguém merece uma coisa destas, mas ele ainda menos. Era daqueles que nunca desistia”, disse Paulo Marques à agência Lusa.
O antigo piloto de Famalicão era o diretor da equipa Honda que levou Paulo Gonçalves pela primeira vez ao Rali Dakar, em 2006.
“Correu para mim em 2006. Correu no enduro na minha equipa e arranjámos condições para ele ir ao Dakar. Era um piloto muito forte fisicamente e com uma cabeça muito determinada. Era um profissional”, recorda Paulo Marques.
O “Marquês”, primeiro português a ganhar uma etapa nas motas no Dakar, acredita que o piloto de Esposende “ainda tinha muito para dar na prova”, onde deixa “um legado”.
“É dos pilotos com maior palmarés português”, recorda Paulo Marques, que lembra “uma pessoa pacata, nortenho de gema, com piada”.
“Gostava de estar sempre com os amigos. Era uma pessoa muito querida”, concluiu, emocionado.
Autarquia de Esposende recorda papel como embaixador do município
A Câmara de Esposende manifestou “profundo pesar” pela morte do piloto.
“Nesta hora difícil, o Município de Esposende vem manifestar profundo pesar pela morte do piloto Paulo Gonçalves. ‘Embaixador’ de Esposende no Mundo, deixa a sua marca de homem exemplar e dedicado, ao desporto e à sociedade”, pode ler-se numa publicação na página da autarquia na rede social Facebook.
Federação de luto
O presidente da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP), Miguel Marinheiro, classificou hoje como “uma notícia triste e trágica” a morte do ‘motard’ Paulo Gonçalves, no rali Dakar, que descreveu como “um apaixonado da vida e das motos”.
“É uma notícia triste e trágica”, referiu Miguel Marinheiro em declarações à agência Lusa, considerando que o piloto de Esposende, que morreu hoje na Arábia Saudita, “merece todos os elogios”.
Segundo Miguel Marinheiro, o ‘motard’ português, de 40 anos, “era um apaixonado da vida e das motas”, lembrando-o como “o piloto com mais títulos de campeão nacional”, mas acima de tudo como “um excelente homem”.
“Começou no motocrosse, passou pelo enduro e pelo todo-o-terreno, em todas as modalidades que praticou foi campeão” disse, acrescentando: “O Paulo era um piloto de excelência e respeitado por todos os adversários”.
Miguel Marinheiro referiu que o piloto era também um apaixonado pelo Dakar, onde teve “excelentes resultados” entre os quais um segundo lugar em 2015.
“Agora nos últimos anos a sua paixão era o Dakar, com excelentes resultados. Todos os anos, todos esperávamos uma vitória do Paulo que, infelizmente, já não vai acontecer. Fica-nos a saudade, mas a memória do excelente piloto que ele foi e dos resultados brilhantes que teve”, afirmou.