O Papa Francisco telefonou aos pais do menino de sete anos que luta contra uma espécie agressiva de cancro, esta quarta-feira, para saber como estava o Tomás e um pouco mais sobre a doença.
A informação está a ser avançada pela edição online do Jornal de Notícias, dando conta de um primeiro telefonema a Ana Vilaça, mãe de Tomás, ao qual não atendeu.
A mãe diz que quando ouviu a mensagem no gravador de chamadas ficou incrédula com a situação. Explicou que era o Papa Francisco a dizer que tinha recebido uma carta que esta lhe tinha enviado e que resolveu contactar.
“Olá Ana, daqui fala o Papa Francisco, recebi a sua carta e vou rezar pelo Tomás”, terá sido a mensagem deixada pelo santo padre.
Em Barcelona, a acompanhar os tratamentos do pequeno Tomás numa unidade hospitalar com tratamento especializado para esta doença, Ana acabou por saber que o Papa também ligou para Ricardo, pai do Tomás.
“Estiveram dez minutos a conversar. O Papa quis saber como estava o Tomás, como estava a correr o tratamento e quis saber tudo sobre a doença”, contou Ana, assinalando que está a ser uma “semana decisiva” nos tratamentos e que este telefonema terá trazido um novo alento.
A forma “mais terrível, agressiva e invasiva de cancro” dentro do neuroblastoma
No passado dia 20 de setembro de 2019, o Tomás foi diagnosticado com um neuroblastoma, um cancro agressivo e invasivo. Passados alguns dias, a 01 de outubro, foi-lhe ainda diagnosticada uma amplificação de MYCN, a forma “mais terrível, agressiva e invasiva de cancro” dentro do neuroblastoma.
De lá para cá, a família reuniu diversos apoios financeiros, incluíndo do mediático casal Cristiano Ronaldo e Georgina Rodríguez, para conseguir, em janeiro deste ano, internar a criança de sete anos no hospital Vall d’Hebron, em Barcelona.
“Este é um tratamento bastante doloroso, mas controlado com medicação”, escreveu na altura a família, dando conta de que o “guerreiro vai fazer seis ciclos deste tratamento, com exames de avaliação a cada dois ciclos”.
Tratamentos em Portugal “ineficazes”
Após vários tratamentos em Portugal, tudo parecia estar bem encaminhado para a recuperação do menino, mas, em 2020, caiu “uma bomba” na vida daquela família, ao perceberem que o mesmo cancro tinha voltado.
“O atordoamento, a dor esmagadora fizeram parte deste dia. Tínhamos passado por tantas provações, o Tomás já sofreu tanto com tantos tratamentos e afinal os tratamentos em Portugal revelaram-se ineficazes porque o cancro voltou”, desabafaram na altura os pais, que decidiram “não desistir”.
“Afinal, sempre fomos voluntários em mil e um projetos solidários, sempre fomos aqueles que ajudavam e não pediam ajuda”, indicam os pais, acrescentando que foram sempre recusando ajuda até criarem a página no Facebook.
Os pais revelam que o pequeno Tomás, em Portugal, já passou por oito ciclos de quimioterapia, uma cirurgia altamente invasiva, um autotransplante que o confinou num quarto durante mês e meio, vários ciclos de radioterapia e três ciclos de imunoterapia
“Ainda assim recuperava sempre e sorria. É um lutador e merece que lutemos por ele”, escrevem os pais.