A Associação de Pais da EB do Bairro da Alegria está exasperada com a falta de funcionários no estabelecimento escolar. Existem funcionários de baixa, um dos quais há mais de dois anos. Atualmente, duas assistentes trabalham a tempo inteiro enquanto uma terceira encontra-se em modo parcial, durante as tardes.
Fátima Pereira, presidente da associação de pais, manifestou preocupação e, até, alguma irritação com esta última contratação, por esperar a entrada de alguém “a tempo inteiro”. Refere que a escola se encontrava desde o dia 31 de janeiro a trabalhar com duas funcionárias e que um reforço a tempo parcial “não é suficiente”.
Inserida no agrupamento escolar Francisco Sanches, a escola conta com 175 alunos, 50 no jardim de infância e 125 no ensino básico, superando em muito o rácio ideal para a escola, que seria de, pelo menos, cinco funcionários a tempo inteiro.
“Desde há três anos que a associação de pais luta para que abram um concurso para colocar mais funcionários, mas dizem-nos sempre que não é possível”, lamenta a responsável.
“Ontem [terça-feira] fui chamada à sede do agrupamento onde me foi indicado que a autarquia questionou o teor das nossas reclamações”, aponta, lamentando que a Câmara “não esteja a levar a sério” as reivindicações dos pais.
“Esta semana já colocaram uma funcionária a tempo parcial, mas retiraram de outra escola [Quinta da Veiga], e isso não é o correcto porque também faz lá falta”, argumenta.
“Na verdade, os pais, a coordenação da escola e a Braga Habit têm ajudado a colmatar a falta que se sente, mas qualquer dia acontece um azar e depois quem é que se responsabiliza”, salienta.
Dá um exemplo ocorrido esta semana, quando um aluno se magoou e teve de se deslocar a uma unidade de saúde, acompanhado por uma funcionária: “Só ficou uma funcionária para aqueles alunos todos e isso não pode acontecer”, sublinha.
Câmara está de mãos atadas
Lídia Dias, vereadora com o pelouro da Educação na Câmara de Braga, confirmou a O MINHO as queixas dos pais, mas refere não poder fazer mais, dadas as circunstâncias dos funcionários que se encontram de baixa.
“Neste momento, e esta é a realidade, todas as entidades estão a tentar manter a escola a funcionar dentro das regras de segurança e conforto, e tudo está a ser cumprido”, garante.
“Infelizmente, por razões que nos ultrapassam, a escola ficou sem três funcionários, um dos quais há duas semanas, de uma forma repentina”, lamenta. “São questões que surgem e por isso mesmo foi feito um trabalho de proximidade entre o agrupamento escolar e a autarquia, um ajuste, para que a escola não sofra com isto”, assegura.
Lídia Dias explica que é de direito os funcionários estarem de baixa quando assim é justificado, algo que tem vindo a suceder. Confirma também que existe um funcionário nessa situação há bastante tempo [cerca de três anos].
A vereadora questionou a tutela acerca deste assunto, mas continua sem resposta. “Queremos saber se podemos ou não substituir ou se temos de contratar e pagar dois salários para a mesma função”, contrapõe.
Sobre a funcionária em tempo parcial, não será a “opção” favorita por descalçar outra escola, “mas, neste momento, é ali que ela faz falta”, vinca, garantindo que “não existe prejuízo” para a escola que fez a cedência.
O mais importante, destaca, é “tentar que não haja prejuízo das atividades dentro da escola e que tudo se possa organizar sem falhas, e é para isso que trabalhámos todos os dias, mas as pessoas têm direito a baixa e temos de saber lidar com bom senso”, finaliza.