Pais criam associação para ajudar crianças com doença neurodegenerativa rara, “cruel e fatal”

Foto: Paulo Jorge Magalhães/O MINHO

Chama-se DOCE e ‘nasceu’ esta quinta-feira, Dia Internacional das Doenças Raras. Os pais de meninas e meninos com uma doença neurodegenerativa rara chamada Tay Sachs, “cruel e fatal”, acreditam que “se pode vencer com investimento em investigação”.

Com sede em Braga, mas de âmbito nacional, é uma organização sem fins lucrativos que apoia e informa todos os afectados pela doença, para que todos tenham acesso à informação sobre estudos e ensaios clínicos a nível mundial e que todas as crianças tenham acesso a apoios médicos e também de material necessário para o seu bem-estar e qualidade de vida. 

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Para a realização do seu objectivo, a DOCE propõe-se a sensibilizar a sociedade e as estruturas do Estado para a problemática da Tay-Sachs e outras gangliosidoses; sensibilizar a comunidade médica e cientifica para a necessidade de um diagnóstico precoce e da busca para uma cura; apoiar as famílias com informação atualizada relativamente aos desenvolvimentos científicos e a apoiar as famílias com apoio psicológico, no percurso da doença.

Nos últimos anos, a nível internacional tem existido importantes investigações baseadas na denominada terapia genética que já conseguiu reverter a doença em testes com animais.

Contudo, a falta de verbas não tem proporcionado a celeridade desejada pelos pais, que assistem diariamente ao definhar dos projetos de vida que têm para os seus filhos.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Em Portugal, os doentes de Tay Sachs têm sido apoiados pela CATS Foundation (do Reino Unido) e pela ACTAYS (de Espanha), que têm sido a grandes responsáveis pelo impulso e financiamento da investigação (tanto na Universidade de Cambridge como na Universidade de Sevilha). 

No último mês, a doença tem sido falada em alguns meios de comunicação social devido a um lançamento de um web site de internet chamado “Doce Margarida” , que fala do percurso da doença da Margarida, e das coisas boas que lhe vão acontecendo neste percurso.

Os pais da Margarida, acreditam que, “desta forma positiva, conseguimos chamar atenção para uma doença tão cruel que afeta a Margarida, a Carolina, a Fabiana, o Francisco, o David, o Rafael, a Íris, a Leonor (com gangliosidose GM1)  e encontrar os restantes casos que sabemos que existem mas que a legislação de proteção de dados não nos permitem conhecer”.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Ora o lançamento deste web site pretendeu encontrar todos estes doentes e as suas famílias (que há um ano não se conheciam)  de modo a que “deixem de viver esta luta sozinhos e para que se crie uma unificação de forças que argumente mais celeridade na investigação visando a procura da cura”.

Neste momento, as famílias decidiram deixar de ser um grupo informal e avançaram para a constituição de uma associação nacional de luta contra a Tay Sachs (gangliosidose GM2) e gangiosidose GM1 que afetam os seus ‘doces’ filhos. 

“São doces os filhos que nasceram com uma errada codificação genética e precisam amor para viver, Doce é o seu sorriso, de quem tinha projetos de vida e pretendia ser bombeiro, policia, bailarina, médica ou super-homem. Doces são as suas alegrias com que moldam a vida dos pais e os fazem ter força para continuar a vencer. Doce é a sua caminhada, que plena de dignidade e pureza nunca vacila na desistência da procura do futuro”, justificam assim a denominação da Associação.

Mas doce é também um objetivo muito próprio. “Partindo da palavra que carateriza essa ingenuidade e ternura infantil podemos extrair linhas de ação para os pais encetarem uma luta pela sobrevivência dos seus bens mais preciosos.”.

 
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