O Paço de Giela, um monumento nacional com mais de 500 anos em Arcos de Valdevez, recebeu mais de cinco mil visitantes desde que reabriu portas, em julho, totalmente reabilitado, revelou hoje a autarquia local.
Desde 12 de julho passado, dia de abertura oficial ao público, e até 12 de outubro, o imóvel recebeu 5.214, consolidando assim a sua vertente de verdadeiro ex-líbris turístico e histórico, explicou hoje o município, em comunicado.
Monumento nacional desde 1910, composto por uma torre medieval e um paço quinhentista, o Paço de Giela, adiantou a autarquia, “atraiu visitantes de diversas faixas etárias, nacionais e internacionais, com origens tão distintas como Estados Unidos, Espanha, França, Suíça, Canadá, Alemanha ou Reino Unido”.
“O Paço de Giela foi alvo de um projeto de valorização específico, que consolidou todo o seu potencial arquitetónico e histórico, sendo possível uma nova fruição do monumento e a descoberta, através de um discurso museológico e tecnológico, da arqueologia do concelho, do próprio Paço e do Recontro de Valdevez, que em 1141 opôs Afonso Henriques e o imperador de Leão e Castela”, lê-se naquela nota.
O imóvel foi alvo de obras de reabilitação orçadas em mais de 1,4 milhões de euros por se encontrar em ruína há vários anos, apesar de ser um dos mais importantes monumentos do concelho.
A intervenção dotou o imóvel de valências culturais e de promoção turística no âmbito de um projeto mais alargado para aquela área, constituída pelos edifícios classificados e uma quinta envolvente com 22 hectares, propriedade municipal, denominado de Parque Urbano do Paço de Giela.
Segundo informação do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (Igespar), o “conjunto apalaçado” de Giela constitui “um dos mais interessantes exemplos de habitação nobre em meio rural” da Idade Média em Portugal.
Alguns historiadores atribuem as primeiras obras no local ao período “anterior à nacionalidade”, enquanto o Igespar admite que a construção da torre principal e mais simbólica do espaço terá acontecido no século XV.
“Uma das suas características mais marcantes [da torre] é o facto de não possuir quaisquer aberturas, à exceção de uma janela que encima o portal e uma fresta do lado norte, circunstância que lhe confere uma solidez militar verdadeiramente impressionante”, lê-se na página de Internet da Direção-Geral do Património Cultural.