Óscar de Melhor Documentário premeia filme sobre Alexei Navalny e oposição a Putin

Óscares 2023
Foto: Twitter

“Navalny”, o filme de Daniel Roher dedicado ao opositor russo Alexei Navalny, venceu hoje o Óscar de Melhor Documentário, na 95.ª edição dos prémios da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos.

Daniel Roher, acompanhado pela equipa e pela mulher de Alexei Navalny, Julia Navalnaya, quando recebeu o Óscar, recordou a condição do prisioneiro que se opõe a Putin e que condena a invasão da Ucrânia, afirmando que “nunca devemos temer fazer frente aos ditadores”.

Julia Navalnaya disse que o marido “está preso por defender a democracia e por sonhar a liberdade” e o dia em que a Rússia será livre.

Roher dedicou o prémio a Navalny e “a todos os presos políticos” do mundo.

O documentário segue a história de Alexei Navalny, quando foi hospitalizado em estado grave, em agosto de 2020, com suspeita de envenenamento, durante um voo da cidade siberiana de Tomsk para Moscovo.

O avião fez uma aterragem de emergência em Omsk, na Sibéria, devido ao agravamento do seu estado de saúde. Dois dias depois, as autoridades russas autorizaram a sua transferência para a Alemanha, onde foi tratado na clínica universitária Charité de Berlim, durante 32 dias, por envenenamento por agentes neurotóxicos.

Após ter passado algum tempo na Alemanha, regressou à Rússia em janeiro de 2021, mas foi detido ao chegar a Moscovo. O advogado e político, cujo nome Putin evita pronunciar, cumpre atualmente uma pena de nove anos de prisão por uma alegada fraude.

Na passada sexta-feira, o Conselho da Europa renovou o apelo à Rússia para que liberte Alexei Navalny e acate as decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos relacionadas com o caso.

Os outros candidatos a Melhor Documentário eram “All That Breathes”, de Shaunak Sen, “Toda a Beleza e a Carnificina”, de Laura Poitras, sobre Nan Golding (que venceu o Leão de Ouro de Veneza no ano passado), “Fire of Love”, de Sara Dosa, e “A House Made of Splinters”, de Simon Lereng Wilmont.

O Óscar de Melhor Curta-Metragem foi para “An Irish Goodbye”, de Tom Berkeley e Ross White.

O filme alemão “A Oeste Nada de Novo”, também candidato a Melhor Filme Internacional, venceu o Óscar de Melhor Fotografia.

O Óscar de Melhor Caracterização foi para “A Baleia” e o de Melhor Guarda-Roupa para “Black Panther: Wakanda Para Sempre”.

Os Óscares celebram esta noite a 95.ª edição, no Dolby Theatre, em Los Angeles, numa cerimónia em que “Ice Merchants”, do português João Gonzalez, está também nomeado para Melhor Curta-Metragem de Animação.

“Ice Merchants” é o primeiro filme português nomeado para os Óscares de Hollywood.

Este ano, “Tudo ao Mesmo Tempo em Todo o Lado”, uma produção independente de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, lidera a corrida, com 11 nomeações, congregando as de Melhor Filme e Realização, assim como as categorias de representação.

Para o Óscar de Melhor Filme, estão também nomeados “Os Espíritos de Inisherin” (Martin McDonagh), “Os Fablemans” (Steven Spielberg), “Tár” (Todd Field), “A Oeste Nada de Novo” (Edward Berger), “Top Gun: Maverick” (Joseph Kosinski), “Elvis” (Baz Luhrmann), “Avatar: O Caminho da Água” (James Cameron), “A Voz das Mulheres” (Sarah Polley) e “Triângulo da Tristeza” (Ruben Ostlund).

 
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