Oposição na câmara de Braga considera “mau negócio” arrendar edifício do Pé Alado

A oposição na câmara de Braga disse esta segunda-feira ser um “mau negócio” arrendar o edifício do Pé Alado por 900 mil euros durante dez anos para sede de uma junta de freguesia, sendo apenas bom para a maioria.

“Não se trata da melhor solução do ponto de vista económico [para o município] mas a melhor para ele [presidente da autarquia] do ponto de vista político, é uma relação entre a câmara e igreja [o edifício é propriedade da diocese de Braga], é uma coisa que se vem arrastando e que nos deixa desconfortável, porque não é o melhor negócio”, salientou hoje o vereador socialista Artur Feio, na habitual conversa com os jornalistas no final da reunião do executivo.

Segundo foi adiantado, as obras de requalificação do Pé Alado, edifício que irá ser a sede da União de Freguesias de São Lázaro e São João do Souto, custarão 250 mil euros, mais 100 mil euros do que o previsto, significando um aumento do valor da renda a ser paga pelo município, ao longo de dez anos, de cerca de 700 mil para 900 mil euros.

O vereador da CDU, Carlos Almeida, criticou igualmente o que considerou um “mau negócio” para a Câmara Municipal de Braga, apontando razões que vão além dos valores envolvidos no arrendamento: “O espaço teria um melhor uso em conjunto com o edifício do S. Geraldo para os fins que se pretendem dar aquele local”, afirmou.

Segundo Artur Feio, “na ótica da utilização do espaço, que não é inicialmente o que estava previsto, ao valor do arrendamento proposto seria mais vantajoso a aquisição do edifício”.

“Os valores são de tal forma elevados, e muito além daquilo que são os valores correntes, que a aquisição podia ser a melhor solução”, explanou.

Em resposta, o presidente da autarquia, Ricardo Rio (PSD/CDS-PP/PPM) afirmou ser “uma questão de lógica” a opção de arrendar o espaço.

“Obviamente que, quando se assume um modelo de renda, está-se a pagar mais do que se pagaria se fizéssemos um investimento num momento inicial, mas obviamente isso é uma opção de gestão da câmara, porque para podermos fazer uma aquisição inicial teríamos que ter recursos financeiros que não temos”, explicou.

Além disso, salientou, “é uma questão lógica em termos económicos e financeiros”.

“Se estamos hoje a solicitar ao dono do edifício para realizar um investimento acrescido de mais de 100 mil euros ninguém esperaria que somadas as rendas ao longo de dez anos tivéssemos um valor equivalente. O que está a haver aqui é uma remuneração do investimento”, disse, explicando o aumento do valor do arrendamento.

Quanto à intervenção no edifício, as obras, segundo estima a autarquia, estarão concluídas no final de junho.

 
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