Oito anos de cadeia para falsa psicóloga que burlou construtor civil de Esposende em 887 mil euros

Foto: Ilustrativa / DR

O Tribunal de Gaia condenou a oito anos de cadeia uma jovem de 22 anos que burlou um construtor civil de Esposende em 887 mil euros.

Segundo o Correio da Manhã, a arguida, que se encontra em prisão preventiva, assumiu tudo em tribunal, justificando que era viciada em jogo.

Como O MINHO noticiou, a falsa psicóloga convenceu o construtor civil de Esposende a investir numa rede de clínicas de psicologia espalhada por todo o país, com o suposto apoio do Governo.

A arguida, de Santa Maria da Feira sacou mais de 1,5 milhões de euros a 15 investidores.

Forjou e-mails com o timbre do Ministério da Saúde e garantia de ter contacto direto com os então secretários de Estado da Saúde, António Lacerda Sales e Diogo Serra Lopes.

O investimento apresentado pela jovem, que se apresentava como psicóloga mas tinha concluído apenas o primeiro ano do curso na Universidade Portucalense, era uma rede de clínicas de psicologia ligadas a hospitais com lucros garantidos por serem financiados pelo Estado.

Gastou quase toda a fortuna no Casino de Espinho, onde chegou a movimentar 52 milhões de euros.

Estava acusada pelo Ministério Público de Vila Nova de Gaia de crimes de burla qualificada, falsificação de documento e falsidade informática.

Cometeu os crimes entre 2019 e 2021, sendo que a primeira vítima foi um construtor civil de Esposende, que lhe entregou 887 mil euros, convicto de que estava a investir num negócio “infalível”.

Aquele valor seria destinado a abrir clínicas em Braga, Porto, Gaia, Castelo de Paiva, São Roque, Mosteiro, Oliveira de Azeméis, Carregosa, Vale de Cambra, Maia, Espinho, Oliveira do Hospital, Cantanhede, Pombal, Figueira da Foz, Odivelas, Lisboa e ilhas.

A arguida dizia que as entidades hospitalares efetuavam pagamentos mensais de ordenados dos contratos de prestação de serviços e reembolsos para a conta titulada pela sociedade que entretanto tinha criado. Isto é, o investimento teria retorno garantindo porque o Estado pagava tudo.

Para conferir autenticidade ao pedido de financiamento, apresentava documentos forjados, entre os quais comprovativos de uma transferência bancária do Ministério da Saúde para uma conta dela de 2,8 milhões de euros, com a assinatura da então secretária-geral do ministério da Saúde, Sandra Cavaca.

Com o mesmo esquema burlou ainda um casal que teve de pedir dinheiro emprestado para lhe entregar 500 mil euros.

Segundo o Jornal de Notícias, a jovem aparecia nos encontros com investidores numa carrinha Audi A4 conduzida por motoristas.

 
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