Uma moradia localizada na freguesia de Tregosa, em Barcelos está entre as nomeadas para os prémios “Building Of The Year 2024”, organizado pelo prestigiado portal de arquitetura ArchDaily. A Casa da Horta, construída em 2022, concorre na categoria de “Casas”.
A moradia está inserida numa paisagem rural, no Vale do Neiva, e tem um “design simples”, inspirado nas leiras do Minho e nos anexos de apoio à agricultura.
Tem ainda uma grande “preocupação” pela sustentabilidade”. De acordo com o gabinete de arquitetura Matérias, “a distribuição dos espaços foi feita segundo critérios de funcionalidade e inserção de energias renováveis e sistemas bioclimáticos”.
Está construída de forma a aproveitar a topografia do lote, dando uso à sua inclinação natural e a sua orientação (Noroeste/Sudeste).
Por isso, resultou um edifício em diferentes volumes, todos com a mesma altimetria, o que proporciona uma leitura “muito equilibrada e harmoniosa do conjunto”, assim como “uma exposição solar mais controlada e estudada de acordo com as horas de utilização da habitação”.
Conta ainda com espaços entre os volumes, que permitem a “criação de pátios privados ou comunitários”.
Ainda segundo o Matérias, esta obra, que contou com a direção do arquiteto Rui Tavares, surge construída num terreno com declive natural, de forma transversal e abaixo do nível do solo, o que permite “uma relação mais simples e fluida com a envolvente, respeitando a paisagem”.
O acesso à casa, de forma pedonal, é feito através de uma rampa com acesso à entrada principal da casa. Uma vez no interior, o ‘hall’ inicia toda a distribuição espacial, permitindo o acesso à garagem, ao exterior com total visibilidade ao lote a Noroeste, e o acesso à zona social.
A Casa da Horta tem uma relação “franca e variada” com o jardim, que “parece ser uma parte natural da paisagem”, tendo uma presença “muito orgânica e subtil no seu conjunto”.
“O pátio da suite é o espaço exterior mais intimista, inserido entre os dois volumes da casa, o que potencia o abrigo e o conforto do espaço. A distribuição da casa pretende ser muito intuitiva e simples, permitindo que os espaços nunca percam a sua identidade própria, misturando-se nas zonas sociais e separando-se nas privadas. Um corredor central serve como espinha dorsal da habitação”, lê-se na descrição disponível no ‘site‘ Arch Daily.
O interior segue uma lógica de ‘open space’ com sala de estar, sala de jantar e cozinha partilhando o mesmo espaço. “Esta organização do espaço promove uma dinâmica familiar feita de proximidades e é perfeita para quem gosta de receber amigos e conviver sem quaisquer constrangimentos”, acrescenta.
A sala de estar, sala de jantar e cozinha têm uma “forte relação” com o jardim e exterior que faz a ligação visual com a montanha no horizonte.
O armário que percorre o chão entre as janelas esconde habilmente um WC de serviço. O calor da madeira confere aconchego ao ambiente, interrompendo a presença mais fresca do branco e do betão amaciado do piso.
Depois da zona social, o corredor dá acesso a dois blocos apenas ligados por esta, que são dois quartos/suites, diretamente relacionados com o exterior através de pátios individuais. Cada quarto está equipado com casa de banho e roupeiro.
Esta obra do gabinete de arquitetura Matérias, de Braga, foi liderada pelo arquiteto Rui Tavares. O projeto de engenharia ficou a cargo da LEN, empresa sediada em Viana do Castelo.
As votação estão abertas ao público (aqui).