O paraíso termal que atrai cada vez mais portugueses fica mesmo aqui ao lado e é gratuito

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

É cada vez maior o número de portugueses que atravessam as fronteiras da Portela do Homem (Terras de Bouro) e da Madalena (Ponte da Barca) para usufruir da piscina e das poças termais de Lobios, pois, ao contrário das da vila do Gerês, estas são gratuitas.

Aquilo que não têm, a gratuitidade no Gerês (português), obtêm a qualquer hora ou dia da semana, no Xurés (espanhol), graças à generosidade do vizinho concelho galego de Lobios.

O facto de o Município de Lobios ter criado uma zona de aparcamento de rulotes e veículos do género, igualmente gratuita, a poucos metros da piscina termal e das poças termais, atrai ainda mais gente, que caso contrário não teria acesso ao termalismo.

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Lobios é o primeiro concelho da província de Ourense, na Comunidade Autonómica da Galiza, com fortes ligações históricas a Portugal, especialmente a Terras de Bouro, apesar dos momentos tensos da beligerância, com trincheiras de ambos os lados.

A existência da Via XVIII do Império Romano, conhecida por Geira do lado português e como Via Nova do lado espanhol, é uma das ligações umbilicais entre Terras de Bouro (onde termina a Milha XXXIV) e Lobios (onde se destaca a Milha XXXIX).

É nesta última milha galega (há muitas mais milhas, obviamente, até à atual Astorga) que se situam Os Baños, uma zona termal de Lobios, que permite termalismo em ambiente serrano, até ao ar livre, para todas as bolsas, mesmo para bolsas quase vazias.

Como do lado de cá da fronteira de Portela do Homem, não há qualquer zona termal gratuita, não é de estranhar que se ouça falar mais português do que castelhano, embora se verifique também a presença de muitos espanhóis, especialmente de galegos.

Havendo sempre a opção de, por menos de 20 euros, ter uma sessão de cerca de duas horas de banhos termais no Hotel Caldaria, também na localidade de Os Baños, em Lobios, a poucas dezenas de metros da piscina e das poças termais, aqui há mais gente.

O fenómeno das águas termais

O fenómeno das águas termais nesta zona de raia seca, ficou a dever-se a uma grande fratura, nas imediações da Fronteira da Portela do Homem, que naquela área de charneira entre os Vales do Homem e do Lima, jorra direitinha para ambos os países.

Aquelas águas quentes, com uma média de 65 graus, deram lugar para Sul às Termas da vila do Gerês e para norte às Termas de Lobios, sendo indicadas especialmente para tratar problemas de reumatismo e dermatológicos, como é no caso da psoríase.

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Se a maioria das pessoas vai e vem no próprio dia, também há aqueles que podendo ficam hospedados no Hotel Caldaria, no mesmo estabelecimento hoteleiro onde têm piscina coberta e privada ou então, ali muito perto, dormem na Pensão As Termas.

Mesmo com a tão tradicional merenda portuguesa, há sempre o snack-bar Cazadores, em frente da piscina e das poças termais, para tomar algo quente, pelo que o convívio entre adeptos do termalismo se prolonga todos os dias até tarde, pela noite dentro.

A meia dúzia de quilómetros desta zona termal, situada na freguesia de Santa Maria de Riocaldo, no centro da vila de Lobios, há sempre a possibilidade de tomarem refeições quentes, de abastecerem-se num dos seus três supermercados, para além da farmácia estar aberta todo o ano e do hotel termal, também sempre aberto, ao contrário do que sucede do outro lado da fronteira.  

Esta zona conhecida genericamente como Balneário de Lobios, no lugar de Os Baños, em Riocaldo, tem ainda um quilómetro a sul, na direção da Portela do Homem, a antiga mansão romana, a Mansio Aquis Originis, com boa parte da estrutura em pé.

Pouco depois, ainda no sentido de Lobios para Terras de Bouro, vislumbra-se a Corga da Fecha, que com cerca de 200 metros de altura, em toda a sua extensão, é a maior cascata da Galiza, podendo banhar-se nas lagoas ao fundo de todo aquele precipício.

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Mais adiante, podem observar-se os muros da célebre trincheira, que do lado galego se conservou, tendo sido outrora o grande baluarte de defesa sempre que os dois países ibéricos se guerreavam ou viviam períodos políticos particularmente mais tensos.

Por fim, antes da Portela do Homem, há o chamado Jardim dos Miliários Romanos, onde foram concentrados padrões da Milha XXXVI, sendo aí já visível o Rio Caldo (o Riocaldo galego), as duas Pontes (a Nova e a Velha) e com dois caminhos comuns.

 
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