Neste Artigo
Cerca de 30 produtores de vinho verde e 23 expositores de produtos regionais prometem transformar a Expolima num ponto de encontro entre gerações, amantes da gastronomia e apreciadores de vinho, numa celebração da tradição vinícola e dos melhores sabores da região.
No ano em que Ponte de Lima é um dos territórios integrantes da Região Europeia da Gastronomia e Vinho, a Festa do Vinho Verde ganha ainda maior destaque com o aumento do número de produtores presentes, representantes dos diversos concelhos do Alto Minho (Ponte de Lima, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez, Monção e Melgaço, entre outros).
A 33.ª edição da Festa do Vinho Verde de Ponte de Lima começou esta sexta-feira, e prolonga-se até domingo, com um programa abrangente onde se inclui “música, conversas, muita animação” e a valorização das tradições locais.






O evento nasceu em 1991 e apenas teve uma paragem em 2020, devido à pandemia da Covid-19. Após várias décadas, é um marco na programação do concelho, sendo que, este ano, a organização acredita que será a edição “mais participada de sempre”, já que teve o maior número de “inscrições e interessados desde a criação da feira”.
Para Carlos Lago, vereador da autarquia limiana, não há dúvidas que “vai ser um sucesso”.
“Nesta edição, tivemos dificuldade em acolher todas as pessoas que queriam vir para este evento. É a edição mais concorrida de sempre, tanto a nível dos vinhos como da alimentação. O espaço está repleto”, assegurou a O MINHO.
Homenagem ao fundador e concurso de Vinhos Verde no arranque
E para dar um sabor ainda mais especial, o Município de Ponte de Lima homenageou Amâncio Cerqueira, o rosto que pôs mãos à obra e deu origem à primeira edição do evento.
O diretor da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima (EPPL) sonhou e concretizou a vontade de mostrar a qualidade dos vinhos produzidos em terras limianas.
“Eu represento uma escola e faço parte de um grupo de trabalho”, afirmou a O MINHO, acrescentando que o mérito é de todos os que pensaram em concretizar o projeto.
“No início surgiu a ideia de fazer uma feira agrícola com os nossos miúdos, tentar envolvê-los no mundo do trabalho. O contacto com as empresas era importante porque estamos a falar de cursos profissionais. Mas, depois, pensamos que havia muitas feiras agrícolas, e podíamos fazer algo diferente”, explicou.
Da ideia, nasceu o projeto para uma Feira do Vinho Verde.
“Primeiro não havia nenhuma, depois o vinho verde não tinha o reconhecimento que ainda hoje tem. Tinha um reconhecimento um bocadinho distinto. E vamos em 33 edições. Acho que foi uma aposta que valeu a pena”, considerou ainda em declarações ao nosso jornal.
“Produzir é fácil. O difícil é vender”
Para Amâncio Cerqueira, hoje, o “vinho verde tem uma pujança extraordinária e pode-se igualar a qualquer região do país e do mundo”.
Apesar da sustentabilidade e credibilidade que o vinho verde apresenta no setor vinícola, o diretor da Escola Profissional acredita que “é sempre preciso inovar”.
“Temos de pensar no que o mercado quer e também perceber o que os consumidores querem. Hoje, produzir é fácil. O difícil é vender. E, por isso, temos que saber como o palato vai evoluindo e ir ao encontro dos objetivos dos consumidores”, sublinhou.
O diretor da EPPL cumpre, este ano, o último mandato à frente dos destinos da escola profissional. Por isso, o Município de Ponte de Lima não quis deixar passar em branco a dedicação e empenho de Amâncio Cerqueira.
“Achamos que era uma homenagem justa, ao fim destes 33 anos, ser reconhecido pelo Município, tendo em conta o trabalho que a escola fez em prol do vinho verde e da Feira. Este é um ato de gratidão ao professor Amâncio, porque sempre foi um homem apaixonado, com muita vida e com muita força. Deu muito de si para que este evento se tornasse uma referência no concelho de Ponte de LIma”, enalteceu o vereador Carlos Lago.
Concurso de Vinhos Verdes
A sessão oficial de abertura do certame ficou ainda marcada pela realização do 21.º Concurso de Vinhos Verdes, com a coordenação da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima.
Este ano, a competição teve em prova 42 vinhos de 21 produtores, “nas categorias de Branco, Tinto, Vinhão e Loureiro”.
Na categoria Vinho Verde/Regional Minho de Casta Vinhão o ouro foi para Torre de Aguiã e a prata para a Adega de Ponte de Lima Vinhão. A menção honrosa foi atribuída a Paço Velho.
Já na categoria Vinho Verde/Regional Minho Branco, a Encosta da Cesta venceu o ouro e Vianna alcançou a prata. A Quinta das Pereirinhas Reserva foi agraciada com uma menção honrosa.
Quanto ao Vinho Verde/Regional Minho de Casta Loureiro, o ouro foi atribuído a Lethes, a prata foi para a Adega de Ponte de Lima Loureiro. A menção honrosa foi entregue a Quinta Torre de Quintela Loureiro.
Ana Moura atua no sábado
Ao longo dos três dias de festa, serão várias as iniciativas culturais e de animação musical que vão preencher o evento.

O arranque da edição teve a participação de nomes bem conhecidos do público em geral, numa conversa marcada pelo humor e “reflexão à volta do vinho”.


O escritor Rui Cardoso Martins, a atriz Maria Rueff e o humorista Eduardo Madeira sentaram-se para falar sobre “In vino viridi, risus” (No vinho Verde, o riso) e deram o mote para a abertura oficial do certame.
Pelas 22:00 desta sexta-feira, sobe ao palco o espetáculo “Para Sempre Marco” e a noite encerra com a dupla “Mete Cá Sets”, às 00:00.
No sábado, a animação começa às 18:00, com a Orquestra Bamba Social. E às 20:30, o palco será dos Monção Brass.
À noite, o destaque vai para o concerto da fadista Ana Moura, agendado para as 22:00. A animação encerra com os Bombatuke, que atuam a partir das 00:00.
Domingo é altura para celebrar a tradição com o XLIII Festival de Folclore do Grupo de Danças e Cantares de Ponte de Lima, a partir das 15:30.
A 33.ª Festa do Vinho Verde de Ponte de Lima é organizada pelo Município, em parceria com a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima e a Escola Superior Agrária de Ponte de Lima.