Declarações dos treinadores após o jogo Vitória SC – Sporting (0-4), da sétima jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Guimarães:
João Henriques (treinador do Vitória SC): “Estávamos confiantes, porque tínhamos vindo a crescer. Hoje, tirando o resultado e os erros individuais, o Vitória já teve algumas coisas interessantes. Não estamos satisfeitos com o que fizemos de errado. A partir do terceiro golo, o jogo acaba e, a partir daí, desenrola-se de uma forma longe do que pretendemos.
Até lá, temos um Sporting muito eficaz que aproveitou os erros individuais e um Vitória que chegou às zonas de finalização, mas complicou nas decisões. Até ao 3-0, o Sporting foi aproveitando as ocasiões que demos. Há situações tão caricatas que podemos dizer que fomos nós que as demos. Não há dúvidas quanto à justiça, mas, tirando o resultado e os erros individuais, conseguimos fazer algumas coisas interessantes.
O Sporting entra melhor no jogo. Tem cerca de 10 minutos por cima a faz o golo, que é um erro nosso. Dos 15 aos 40 minutos, o Vitória passa para cima e tem algumas oportunidades para igualar a partida. Justificava o empate. Depois, surge o segundo erro, que, numa transição, dá o 2-0. É um resultado pesadíssimo ao intervalo.
Tivemos uma boa entrada na segunda parte. Estamos por cima, mas o guarda-redes bate na frente e faz o 3-0, num erro tremendo. E o jogo termina. Animicamente, a equipa também cai. Apesar de tentar criar situações, vai abaixo e permite o 4-0, em mais um erro.
Estamos no início [do percurso]. Fizemos quatro jogos. Queríamos ter os 12 pontos. Temos seis. Não é bom. Queríamos mais, até porque, em casa, queremos mais pontos. Erros como os que cometemos hoje pagam-se muito caro. Falei, na antevisão, quanto às questões da maturidade competitiva. Hoje, ficaram a nu algumas das lacunas quanto à maturidade competitiva. A equipa precisa de tempo e de espaço, mas com pontos.
Perante um adversário em primeiro lugar, com esta valia, não há equipa que resista [a estes erros]. Não deixámos o adversário sair a jogar, mas temos de ser mais fortes a nível individual. Em lances aéreos, ganhámos quatro e perdemos 14. É impensável. Mas temos jogadores muito jovens, com pouca experiência de I Liga portuguesa.
Vamos olhar para a próxima competição, a Taça de Portugal, onde o Vitória tem tradição [defronta Arouca na terceira eliminatória]. Vamos olhar para o que fizemos de errado, que não podem voltar a acontecer. O Sporting merecia a vitória, mas os números são pesados pelo que o Vitória fez. E depois temos um jogo em Tondela [para a I Liga] para reverter esta situação. Uma equipa como o Vitória não pode ter duas derrotas consecutivas”.
Rúben Amorim (treinador do Sporting): “Sabíamos que iria ser um jogo difícil e que teríamos de entrar fortes. A equipa entrou forte. Até ao primeiro golo tivemos várias oportunidades. Após o golo, tivemos de baixar as linhas, para a reação do Vitória, que é uma excelente equipa. Mas sentimo-nos confortáveis quando temos espaço nas linhas e espaço nas ‘costas’ e chegámos ao segundo golo. Na segunda parte, não entrámos bem, mas, por causa do espaço nas ‘costas’, aproveitámos e fizemos o terceiro golo. E depois o quarto. Até poderíamos ter feito mais. A equipa fez um excelente jogo, mas temos aspetos a melhorar. Se o Vitória tivesse marcado no início da segunda parte, o jogo seria diferente.
Jogamos sempre no limite. Não lhes peço mais do que isso. Eles fazem o que treinamos. [O Pedro Gonçalves} fez um grande jogo como o resto da equipa. Tem de se continuar a trabalhar. Há um mês, estávamos a falar da eliminação do LASK [da Liga Europa]. As coisas podem mudar para o lado positivo, mas também podem mudar para o lado negativo.
O objetivo é vencer o próximo jogo. Vamos preparar bem o Sacavenense [para a terceira eliminatória da Taça de Portugal]. O nosso objetivo neste momento nem passa pela I Liga, mas pela Taça de Portugal. Sabemos que o Sporting foi surpreendido no ano passado por uma equipa do Campeonato de Portugal [Alverca].
É importante manter esta dinâmica. Agora temos três semanas, mas temos de trabalhar bem e de levar isto como o início de um processo. Não está nada feito. É muito importante ir para a paragem [competitiva] com uma vitória assim.
Em relação aos dois jogadores – o Nuno [Santos] e o Pote [Pedro Gonçalves] – estão a colher os frutos da equipa. Há fases em que fazemos golos e outras em que deixamos de fazer”.