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Foi lançado, esta terça-feira, o concurso público para o para a elaboração do projeto do novo centro hospitalar de Barcelos e Esposende, cujas obras devem iniciar entre 2026 e 2027.
O anúncio foi publicado em Diário da República pelo preço base de 4,8 milhões, devendo as propostas ser entregues até 20 de setembro.
Para Mário Constantino, presidente da Câmara de Barcelos, este é um “dia que marca a história de Barcelos e Esposende”.
“Longo ciclo de adiamentos e desilusão”
“É uma sinal inequívoco de que o hospital deixou de ser uma promessa adiada para se tornar um compromisso em marcha. Foram duas décadas de promessas sucessivas que nunca saíram do papel”, referiu o edil em conferência de imprensa, esta manhã, nos Paços do Concelho.
O autarca considera que está a “terminar este longo ciclo de adiamentos e desilusão”.
“Desde 2003 que se falava da necessidade de construir um novo hospital. Em 2007, foi mesmo assinado um protocolo entre a Câmara de Barcelos e o Governo. Mas passavam-se os anos e Barcelos continuava à espera”, disse, lembrando que a autarquia adquiriu os terrenos para a construção da infraestrutura com fundos próprios (4 milhões de euros) em 2024.

Guilherme Emílio, presidente da Câmara de Esposende, também frisou que esta era uma ambição das populações dos dois concelhos “há muitos anos”.
Governo colocou projeto “no topo das prioridades”
O autarca de Esposende destacou ainda o papel do atual governo social-democrata que, em “boa hora” colocou “no topo das prioridades este projeto”.
Constantino considerou ainda que o novo hospital “será um símbolo”, a “prova de que com coragem, rigor e persistência é possível romper com o imobilismo e fazer avançar com aquilo que realmente interessa às populações”.
Já Tiago Gonçalves, presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) Barcelos/Esposende, sublinhou que é um “dia símbolo e histórico para todos os profissionais” daquela organização. “Ainda há estrada para andar, mas este é sem dúvida um dia feliz para o ULS Barcelos/Esposende”, notou.
Investimento de 150 milhões na construção
A obra deverá iniciar até 2027, mas, no “melhor dos cenários”, poderá estar no terreno já em finais de 2026, conforme apontou o autarca Mário Constantino.
Este será o “primeiro hospital a ser construído “integralmente” em modelo BIM (Modelagem da Informação da Construção), conforme apontou Tiago Gonçalves. Isto “permitirá um controlo em tempo real de todas as fases e minimizará os erros de construção e facilitará a manutenção do edifício, criando eficiência”.

A construção terá um prazo de execução de entre três a quatro anos e um custo de cerca de 150 milhões de euros.
Hospital de “proximidade” para servir 150 mil pessoas
“Será um hospital de proximidade, com uma aposta clara no ambulatório”, disse ainda Gonçalo Fernandes, da Unidade Local de Saúde Barcelos/Esposende, durante a apresentação feita na conferência de imprensa.
O novo hospital vai servir mais de 150 mil pessoas dos dois concelhos. O número de camas para internamento subirá das atuais 117 para 218.
O bloco operatório passará de duas para seis salas, com possibilidade de crescer até às oito.
O novo hospital disporá ainda de três equipamentos de raio X, três de ecografia, dois de TAC e um de ressonância magnética.
Novas especialidades
Uma unidade de cuidados intermédios, uma área dedicada à saúde mental, um hospital de dia e novas especialidades, como a gastrenterologia e psiquiatria da infância e da adolescência, são outras das novidades do novo hospital.
“O novo equipamento representará uma melhoria profunda da qualidade dos cuidados de saúde”, sublinhou Mário Constantino.
O Governo já inscreveu o hospital no plano de investimento plurianual da Saúde, com uma verba global de 163,3 milhões de euros.