A empresa Supera Braga, Lda, que está a construir um complexo desportivo – com piscinas e ginásio – em São Vítor garante que a obra não parou e vai, agora, para a segunda fase, a da edificação da estrutura.
“Concluímos a primeira fase, a da escavação, e vamos, agora, para a seguinte, só que isso implica a montagem de uma grua e de estruturas de suporte”, disse a O MINHO o diretor regional da empresa, Daniel Nuñez.
O gestor escusou-se a adiantar uma data para a conclusão da empreitada, sublinhando que o seu termo depende, por exemplo, das condições climatéricas que se verificarem a partir do Outono.
O complexo terá piscinas, no interior e no exterior, ginásio, ludoteca e terá uma filosofia de marketing que visa a captação de “toda a família”.
O grupo empresarial está, de resto, a construir equipamentos semelhantes em Vila Nova de Gaia, Coimbra e Lisboa, entre outros, com uma filosofiasemelhante.
Ontem, na reunião da Câmara de Braga, o presidente da Câmara, Ricardo Rio garantiu que a obra de construção do complexo desportivo na freguesia de S. Vítor, em Braga, lançada pela empresa está parada há apenas três dias e não há mês e meio como dizem os moradores.
Oposição questionou paragem
O assunto foi levado à discussão pela oposição através dos vereadores Ricardo Sousa, do PS, e Vítor Rodrigues, da CDU, que reproduziram as críticas de alguns dos moradores da Rua Luís Soares Barbosa, segundo as quais “as máquinas foram retiradas, os contentores esvaziados e ficou um rasto de destruição”.
“Há sempre água, como sempre dissemos, não ‘são só águas pluviais’, basta olhar e analisar, ser-se sério e honesto. Olhar para os dados, conhecer o terreno, analisar mapas, aprender e não ceder a ‘pressões’. Até ao final do verão, o buraco estará cheio de água, assim terão a piscina que o Executivo e Assembleia Municipal quiseram”, diziam os residentes no Facebook.
Em resposta, quer Ricardo Rio quer o vereador do Urbanismo, João Rodrigues, reafirmaram a legalidade do processo de licenciamento e explicaram que a empreitada apenas fez uma pausa porque é necessário “meter a estacaria” para a prosseguir o que fica a cargo de um subempreiteiro”.
Sublinharam, ainda, que o IMAGAOT (Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território ) deu razão ao Município num relatório onde analisa a uma denúncia envolvendo a construção de complexo desportivo na ribeira de São Vítor. E arquivou a denúncia “pelo facto de a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) ter imposto o afastamento do edifício alvo de denúncia, numa distância de cinco metros, ao curso de águas públicas – a ribeira de São Vítor –, entubado no subsolo do terreno.
Falta de comunicação
Sobre o tema, o socialista Ricardo Sousa criticou a falta de comunicação da Câmara sobre o assunto nomeadamente sobre o facto de haver ali, ou não, uma ribeira.
Já o vereador comunista lamentou, no mesmo sentido, que o esclarecimento sobre o assunto não tenha sido, nomeadamente sobre o buraco com água: “Há uma questão que para nós nunca ficou suficientemente clara: se o entubamento que permite dizer que a água está a mais de 5 metros da obra foi feito antes ou depois do projeto, mas, mais do que isso, o que é certo é que continua a haver afluência de águas e isso pode ter consequências no futuro”, disse ainda Vítor Rodrigues, citado pela RUM – Rádio Universitária do Minho.