O Ministério Público está a proceder a uma nova sessão de buscas na residência do antigo ministro da Economia Manuel Pinho, em Gondizalves, concelho de Braga, relacionadas com o processo EDP.
Segundo a SIC Notícias, que avança a informação, as buscas decorrem durante esta tarde, incluem elementos da GNR e do DCIAP que já recolheram vários objetos. As autoridades vão ficar na posse de bens de enorme valor, como mobiliário, quadros, obras de arte e até uma máquina de jogo de Flippers.
Recorde-se que esta manhã foi noticiado que o Ministério Público voltou a propor o arresto da pensão do antigo governante, no valor de 26.500 euros. Em outubro, Manuel Pinho pediu o alargamento do raio de cobertura da pulseira eletrónica, na sua quinta, em Braga, para poder tratar de uma horta.
Os procuradores do MP promoveram o arresto da pensão de Manuel Pinho, com a junção de diversos apensos aos autos após o acórdão do mês passado do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) que revogou a apreensão da pensão de reforma do antigo ministro, na ordem dos 26 mil euros.
A promoção do MP veio a ser acolhida pelo juiz do TCIC, segundo adiantou esta quinta-feira o Correio da Manhã e confirmou entretanto a Lusa.
Contudo, questionado sobre este pedido de arresto sobre a pensão de reforma de Manuel Pinho, o advogado Ricardo Sá Fernandes assumiu não ter sido ainda notificado dessa decisão, remetendo esclarecimentos adicionais para mais tarde.
A pensão de reforma do antigo ministro esteve já apreendida no âmbito deste processo, mas essa situação foi revogada em meados de outubro pelo TRL, com os desembargadores a considerarem que o montante da pensão não poderia ser um produto dos crimes que são imputados a Manuel Pinho.
A anterior apreensão da pensão de reforma de Manuel Pinho tinha sido decretada pelo juiz Carlos Alexandre num despacho de 25 de janeiro de 2022, ficando o valor a receber limitado a três salários mínimos (cerca de 2.100 euros) além dos saldos de várias contas bancárias.
O caso EDP está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual os antigos gestores António Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o MP, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.
Manuel Pinho foi constituído arguido no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES). No processo EDP/CMEC, o MP imputa aos antigos administradores António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio.
O processo tem ainda como arguidos Ricardo Salgado, antigo presidente do GES, João Conceição, administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho, e Artur Trindade, ex-secretário de Estado da Energia de um governo PSD.