Noémia Carvalho, de 52 anos, está a viver na rua há uma semana, em Viana do Castelo.
Com o tempo chuvoso e frio dos últimos dias, a mulher suplica por sair da rua. “Preciso de ajuda. Por baixo de mim está tudo molhado”, diz, em declarações a O MINHO.
A sua situação agravou-se após o internamento do companheiro, que a apoiava, uma vez que apenas se consegue deslocar de cadeira de rodas. O homem foi internado devido a problemas psiquiátricos após vários episódios de distúrbios na cidade. O último foi ter pegado fogo a um ecoponto, na quarta-feira.
Depois de vários períodos de sem abrigo, no passado, Noémia Carvalho voltou a cair na rua. Está há uma semana junto ao ‘shopping’, numa situação degradante, uma vez que não consegue fazer a sua higiene e outras necessidades básicas.
Em declarações a O MINHO garante que “ninguém” lhe prestou qualquer apoio desde que voltou para rua, à exceção de alguns residentes na zona que prestam auxílio de forma voluntária.
Pede, por isso, apoio aos serviços sociais. Sugere que poderá integrar o Abrigo Casulo, um centro de alojamento temporário para população sem abrigo da Methamorphys – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Humano, sediada na freguesia de Areosa.
Na sexta-feira, quando este caso foi exposto pelo nosso jornal, a autarquia referiu que “o acompanhamento por todos os serviços” está a estava a ser “feito”, frisando que “esta é uma situação recorrente e conhecida dos serviços há vários anos”.
A Câmara lembra ainda que Noémia “tem casa e está na rua por vontade própria”. Contudo, a mulher refuta esta ideia. Perdeu a casa onde vivia recentemente, que pertence à família companheiro agora internado, por desavenças pessoais.
“Já lhes foram oferecidas todas as possibilidades para integrar várias respostas e não querem. Legalmente não nos é possível contrariar a vontade destes seres humanos”, afirmou a Câmara Municipal de Viana do Castelo, em resposta escrita.
A autarquia revelou ainda que o caso foi remetido ao Ministério Público.