Começou esta quarta-feira no Tribunal de Braga o julgamento de uma mulher que, em 2018, esfaqueou o marido nas costas, quando ele dormia, em Marinhas, Esposende.
A arguida confirma que ambos discutiram, mas não se lembra do que aconteceu.
Segunda a mulher, colombiana, de 35 anos, na noite do crime estava a jantar num restaurante com amigos, o marido foi ter com ela, mas ficou com ciúmes e foram a discutir para casa por volta da meia-noite.
Foram dormir em quartos separados – ela com os dois filhos – mas depois diz ter regressado à cozinha e que o marido foi atrás dela. Voltaram a discutir e ele foi para o quarto. Ela estava com uma faca a descascar uma maçã, alega que a pousou e não se lembra mais do que aconteceu.
Mulher que esfaqueou marido em Esposende acusada de tentativa de homicídio
Garante que só se recorda de ouvir o marido gritar e então chamou os filhos para ajudar a pedir socorro.
Disse mesmo que amava o marido e asseverou que foi a primeira a chamar os serviços de emergência.
Já o ofendido, um português de 40 anos, afirmou ter sido agredido com a faca pela mulher, secundando assim a tese do Ministério Público (MP), que acusa a arguida de homicídio qualificado, na forma tentada.
Acrescentou que a mulher começava a ficar muito agressiva, sempre que exagerava na bebida.
O MP refere na acusação que, depois da discussão, o homem “recolheu-se a um quarto, acabando por adormecer sobre uma cama, de barriga para baixo”.
A acusação refere que os factos remontam à madrugada de 11 de abril de 2018, no interior da residência do casal.
O MP considerou indiciado que a arguida, com cerca de 35 anos, manteve uma discussão com o marido, após o que este “se recolheu a um quarto, acabando por adormecer sobre uma cama, de barriga para baixo”.
Ainda segundo o MP, a arguida, por volta das 03:30, foi ao quarto munida de uma faca de gume serrilhado e desferiu um golpe, “com força e de cima para baixo”, na zona das costas do marido.
A faca ter-se-á partido ficando uma parte da lâmina espetada nas costas das vítima, que “só não morreu mercê da pronta assistência médica que lhe foi prestada”, segundo o MP.
A mulher foi detida pela Polícia Judiciária de Braga no dia seguinte ao crime e um juiz de instrução criminal colocou-a então em prisão preventiva.
O julgamento prossegue no dia 23, esperando-se testemunhos, entre outros, de agentes da Polícia Judiciária e de uma jovem, filha do ofendido mas não da arguida, que reclama ter sido ela a chamar os serviços de emergência.