Mosteiro em Viana nomeado para “reabilitação do ano” em arquitetura

São João de Cabanas
Foto: Gabinete Fernando Cerqueira Barros

A obra que reabilitou o Mosteiro de São João de Cabanas para efeitos turísticos, em Viana do Castelo, está nomeada para “Projeto de Reabilitação do Ano” na categoria de arquitetura, nos prémios do jornal Construir.

Com arquitetura de Fernando Cerqueira Barros, engenharia de Aníbal Costa (Gepectrofa), construção de Creazit e promoção (dono da obra) de Nathalie Ornano, a reabilitação do espaço, localizado em Afife, concorre contra 11 outros projetos.

Recentemente, a reabilitação recebeu uma menção honrosa no European Prize of Architecture Philippe Rotthier 2024, um dos mais prestigiados prémios de arquitetura a nível mundial.

Como O MINHO noticiou em 2023, o imóvel foi adquirido pela cantora suíça Nathalie d’Ornano para ter uso de alojamento turístico e espaço de artes. 

As obras de reabilitação contemplaram uma intervenção nos azulejos e altar da sacristia, na talha da igreja e numa janela e pedra tumular que remonta ao século XII.

O Mosteiro de S. João de Cabanas, classificado como “Imóvel de Interesse Público”, está localizado nas encostas da Serra de Santa Luzia, na margem esquerda do rio de Afife, e é, hoje, constituído por igreja de nave única com torre sineira, dependências monacais, claustro e sacristia, de linhas arquitetónicas que datam dos séculos XVIII e XIX. 

De acordo com o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, o Mosteiro de São João de Cabanas era masculino, e pertencia à Ordem e à Congregação de São Bento. 

A função é atribuída a antes de 1168, na freguesia de Cabanas, concelho de Viana do Castelo. 

Em 1177, teve carta de couto dada por D. Sancho I. Em 1320, pertencia ao bispado de Tui e foi taxado em 150 libras. 

Em 1590, o mosteiro entrou na Congregação de São Bento, embora a tomada de posse para efeitos de reforma disciplinar date do ano de 1569. 

A integração na Congregação foi contestada pelo facto do rei D. Manuel ter anteriormente obtido de Roma a transformação do mosteiro em comenda da Ordem de Cristo (de nomeação régia), o que impediu a Congregação de repovoar o mosteiro até 1613. 

No mesmo ano, foi eleito o primeiro abade trienal (sem contar com a eleição, contestada, de um abade em 1590) por acordo com a Coroa, mediante uma pensão a pagar à Cartuxa de Caxias. 

Em 1834, no âmbito da “Reforma geral eclesiástica” empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo. 

Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.

Com Lusa.

 
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