Morreu, esta quarta-feira, aos 87 anos, Joaquim Roriz, fotógrafo, empresário de referência e representante da Fotografia Roriz, de Viana do Castelo, informou a autarquia.
As cerimónias fúnebres decorrerão, na quinta-feira, às 15:00, na igreja da Ordem Terceira, junto ao cemitério municipal de Viana do Castelo.
O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, já lamentou o falecimento e anunciou que vai apresentar, na próxima reunião camarária, um voto de pesar a endereçar à família.
A Fotografia Roriz é uma Instituição de Mérito da cidade desde 2012.
Em comunicado, a Câmara de Viana recorda que o fotógrafo Joaquim Roriz começou a trabalhar com 10 anos no estúdio de fotografia do tio-avó, a Fotografia Roriz, o mais antigo da cidade. A casa conta atualmente com 113 anos de história, sempre na mesma família, sendo ainda Loja Memória de Viana do Castelo.
A 20 de janeiro de 2016, Joaquim Roriz doou o espólio ao Município, sendo que a empresa familiar, com mais de um século de história, possuía um arquivo de negativos em vidro e em película, a preto e branco e a cores, de vários formatos com milhares de imagens. Foram, na altura, doadas mais de 10 mil fotografias que retratam usos, costumes, tradições, habitantes e história de Viana do Castelo.
O início de construção, na segunda metade da década de 70, do Prédio Coutinho – cuja desconstrução foi concluída em maio de 2022, mais de 20 anos depois do previsto – foi apenas um dos processos de transformação da cidade, captado pela objetiva da Fotografia Roriz.
Desde a escavação das fundações, no terreno de 975 metros quadrados, onde estava instalado o mercado municipal da época, que a câmara vendeu em hasta pública, até ao erguer dos 13 andares do edifício construído por Fernando Coutinho, na altura emigrante no Zaire, todo o processo foi registado em fotografia.
A Fotografia Roriz abriu em 10 de outubro de 1911, localizando-se na Rua Gago Coutinho, uma das ruas mais prestigiadas e movimentadas da cidade.
A casa fundada por Domingos Sousa Roriz era bastante inovadora à data, uma vez que eram muito poucos os estabelecimentos do mesmo ramo em Viana do Castelo ou mesmo em todo o Minho.
O fundador estaria longe de imaginar que, mais de um século depois, o negócio que lançara num espaço arrendado por 1$50 escudos se tornaria numa referência de Viana do Castelo.
Em meados do século, a Fotografia Roriz era já considerada uma das melhores casas de fotografia, amplamente procurada para serviços como casamentos, batizados ou os tradicionais retratos de família, muito populares na altura, em especial nas famílias com maior poder económico.
Em 1979, Joaquim Roriz foi mesmo distinguido com o prémio Kodak de “Melhor Fotógrafo Noivas do Mês”.
Joaquim Roriz é tio da coreógrafa e bailarina Olga Roriz, também ela, cidadã de Mérito do município desde 1995.
Com Lusa
Notícia atualizada às 19h32 com mais informação.