O presidente do PSD, Luís Montenegro acusou hoje o novo líder do PS, Pedro Nuno Santos, de ter um discurso sem ideias, alegando que se espreme, mas não sai nada.
“Creio que ainda ontem à noite se percebeu isso bem. Espreme-se, espreme-se e não sai nada. E soluções, e caminho e desígnio e objetivo?”, questionou o líder da oposição.
Luís Montenegro discursava no almoço de Natal da distrital de Aveiro, que decorreu na Escola Secundária de Castelo de Paiva, com cerca de 600 militantes e simpatizantes do PSD.
Para o presidente social-democrata, este é o momento para se dizer o que se quer fazer ao país e o que cada um tem para dar.
“Como o PS não tem ideias, nós vamos dizer quais são as nossas e eles vão dizer se concordam ou não”, afirmou.
Num espírito que disse ser natalício, Montenegro avançou com propostas para vários setores, começando com a promessa de que os jovens, até aos 35 anos, não suportarão uma taxa de IRS superior aos 15 por cento, para acabar com “o maior desperdício de Portugal”, que é a saída de jovens para o estrangeiro para trabalhar.
Os jovens casais terão acesso gratuito às creches, cuja rede será ampliada, envolvendo o setor social e privado, disse.
O líder do PSD reafirmou a proposta de recuperação total do tempo de serviço dos professores ao longo de cinco anos, correspondendo a 20% em cada ano, medida que, reafirmou, custará 300 milhões de euros ao Estado.
Ainda na área da educação, sinalizou que se for primeiro-ministro o seu governo vai garantir a recuperação das aprendizagens.
Montenegro questionou depois o novo líder do PS se está arrependido das políticas que conduziu como ministro da Habitação, face à crise que se observa no setor que penaliza sobretudo os jovens.
Avançou que os social-democratas, se forem governo, se propõem fazer investimento público no setor e dar estímulos aos privados para construir mais habitações.
Para a classe média, prometeu baixar o IRS, criticando a situação que se vive em Portugal, onde algumas “pessoas que trabalham têm menos rendimento do que as pessoas que não trabalham”.
Para o PSD, é chegada a hora de acabar com a ideologia nas políticas da saúde e da educação seguidas pelos governos do PS e inspiradas no PCP e no BE.
“A esquerda dá cabo dos serviços públicos”, sustentou, apontando a situação em que se encontram as escolas e os hospitais em Portugal, após tantos anos de governação socialista, empurrando as pessoas para o privado.
Garantindo não pretender privatizar nada, Montenegro defendeu que o PSD não é de direita.
“Não somos de direita, somos mais do centro, somos das pessoas, somos o partido das pessoas”, afirmou.
Para os pensionistas, o líder da oposição avançou com uma proposta que disse ser “muito simples”.
Até 2028, reiterou, todo o pensionista terá um rendimento garantido de 820 euros por mês, assegurado pelo Estado, prometeu.