Ministério do Ambiente garante que poste elétrico em Braga não prejudica moradores

Governo contesta suspensão de obra de poste de alta tensão
Ministério do ambiente garante que poste elétrico em braga não prejudica moradores

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática contestou a providência cautelar interposta por um grupo de moradores da urbanização Europa-ArLindo, de Ferreiros, Braga, e que levou o Tribunal Administrativo a decretar a paragem das obras de instalação de um poste de alta tensão.

“Contrariamente ao alegado pelos moradores, da execução do projeto não resultam danos irreversíveis, nem irrecuperáveis, nem irreparáveis. Pois a instalação da linha, com a designação «LN-Mista a 60 kV, LAMAS – DUME», não envolve qualquer situação de irreversibilidade e, portanto, não se anteveem prejuízos de difícil reparação”, diz a entidade governativa, num documento de ‘oposição’ a que O MINHO teve acesso.

Conforme noticiamos em abril, o Tribunal Administrativo de Braga suspendeu, após uma providência cautelar dos moradores, a obra de colocação de um poste de alta tensão naquela urbanização.

No despacho de suspensão, o juiz salientava que a Direção-Geral da Energia e Geologia (DGEG) e a Câmara de Braga teriam dez dias para entregar uma ‘resolução fundamentada’ na qual demonstrem que, “a não realização da obra será gravemente prejudicial para o interesse público”.

Na ocasião, o advogado dos residentes, Nuno da Silva Vieira, não se quis pronunciar, mas um dos autores, Miguel Ferreira congratulou-se com a decisão, dizendo – numa alusão ao facto de a anterior providência ter sido rejeitada – que o Tribunal, desta vez, “entendeu as razões dos moradores”.

Violação de alvará

Os residentes argumentam que a obra viola o alvará de loteamento de 2006, o qual dizia que não podia ali ser colocado nenhum poste de alta tensão na urbanização.

Na ação, os moradores dizem que é fácil “avaliar a fragilidade da implantação de um poste de 30 metros num talude, o qual já foi refeito porque em dias de chuva aluiu, sendo muito instável e pouco seguro, pondo em perigo os moradores e os carros que usam a Estrada Nacional 14.

Colide, também, com o direito ao descanso devido às frequências de ruído emitidas pelos postes.

Câmara contesta

A Câmara, através do advogado Nuno Albuquerque, e a E-Redes Distribuição, da EDP, contrapuseram que já caducou o direito de ação porque a obra começou em julho de 2021, “à vista de todos” e que a colocação do poste resulta de uma decisão judicial do mesmo Tribunal, de 2015.

Sustentam que, a existir risco, ele será menor do que o atual e que a suspensão dos trabalhos pode pôr em causa o fornecimento de luz.

Ministério garante legalidade

Agora, na sua contestação, o Ministério do Ambiente diz que o processo foi legal e que o licenciamento da obra foi feito por via de um regime legal específico para linhas elétricas, e não do regime das urbanizações, pelo que este não pode ser invocado.

Argumenta, ainda, que o licenciamento foi tornado público, em 2020, quer através de anúncios na imprensa escrita quer por afixação de editais pela Câmara de Braga, pelo que, o prazo de três meses para reclamar, há muito que caducou.

E acrescenta: “tendo em consideração os interesses em presença nesta providência, os prejuízos provocados pela eventual suspensão da colocação do poste, serão sempre de maior intensidade e de todo insuscetíveis de reparação, comparados que sejam com os eventuais danos que possam advir”.

O Governo sustenta, ainda, que “a suspensão da obra pode colocar em questão o próprio fornecimento de energia uma vez que, o poste atualmente existente não tem estrutura para receber a linha enterrada”.

Poste já existia

Acresce, que – sublinha o documento – “a linha elétrica já existia no loteamento, servindo as habitações existentes, e que os trabalhos a realizar permitirão que as linhas aéreas deixem de estar visíveis, passando a constar subterraneamente, o que se traduzirá não num prejuízo, mas num benefício, uma vez que o poste atualmente existente no meio do loteamento, e bastante mais próximo das habitações deixará de existir”.

 
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