A GNR descontaminou, esta terça-feira, o Lar do Trabalhador de Prado, instituição com todo o seu universo infetado pela covid-19, num total de 27 pessoas, 14 utentes (sete homens e sete mulheres), doze funcionárias e a enfermeira. Foram registadas ainda duas mortes, registadas como “morte natural”, descendo o número de utentes para doze.
No sábado à tarde, os utentes foram transferidos para o Centro Comunitário de Prado da Cruz Vermelha Portuguesa, prevendo-se que voltem ao Lar do Trabalhador de Prado à medida que comprovadamente estejam curados, agora que as suas instalações, abertas desde dia 01 outubro de 1977, numa ampla moradia daquela vila, foram descontaminadas.
A Câmara de Vila Verde e a Junta de Prado começaram a intervir, logo que foi conhecida a positividade de todos os utentes e funcionários, o que despoletou uma onda de apoio que também tem envolvido a sociedade civil, com o apoio logístico e alimenta.
Equipa especializada da GNR
Desde o princípio da manhã, os militares do Núcleo de Matérias Perigosas da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, uma valência operacional que integra cerca de 60 militares, especializados em Matérias Perigosas e Agentes NRBQ (Nucleares, Radiológicos, Biológicos e Químicos), estiveram no Lar do Trabalhador de Prado.
Os militares estão a dar o seguimento ao plano delineado pelas autoridades de saúde, que este sábado determinaram a transferência dos doze idosos, de ambos os géneros, para o Centro Comunitário da Cruz Vermelha de Prado, operação que envolveu bombeiros, de todo o distrito de Braga, sob a liderança do comandante dos Bombeiros de Vila Verde, Luís Morais, com a colaboração dos militares do Posto Territorial de Prado da GNR.
A Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR sucede ao Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro sucedeu ao GIPS (Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro), que tem a sua 11ª Companhia sediada em Braga, abrangendo não só o Minho, como todo o Grande Porto, com instalações em Braga, Arcos de Valdevez, Fafe e Baltar.
Os militares da GNR já têm realizado outras descontaminações, igualmente na região do Minho, como Barcelos, Arcos de Valdevez, Viana do Castelo e Melgaço.
Para a sua intervenção em instalações, o núcleo especial da GNR tem vindo a ser acionado diariamente para estabelecimentos hospitalares, instituições particulares de solidariedade social, lares de idosos e creches, mais os centros de dia, para além das instalações e das viaturas da própria GNR.
A estrutura funciona ininterruptamente, em Lisboa e no Porto, através de duas linhas de descontaminação exclusivas para as ambulâncias e as Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM, da Cruz Vermelha Portuguesa e dos Bombeiros oriundas de todo o país, registando a descontaminação média diária de 50 viaturas, segundo a GNR.
Lar do Trabalhador
O Lar do Trabalhador de Prado tem origens no Asilo de Inválidos do Trabalho de Prado, fundado a 07 de dezembro de 1928, por António Maria Machado, sendo a intenção dos seus responsáveis instalarem numa antiga escola junto à Igreja Matriz de Prado ambas as valências, para os idosos e os mais novos, num empreendimento orçado já em cerca de dois milhões de euros, que pretendem seja uma realidade ainda antes deste seu centenário, com o apoio da Câmara Municipal de Verde, da Junta de Freguesia da Vila de Prado, do Centro Distrital de Braga da Segurança Social e de outras instituições oficiais e entidades privadas, bem como da Paróquia de Prado Santa Maria e ainda da Arquidiocese de Braga.