A Câmara de Melgaço informou hoje ter sido aprovada uma candidatura de 570 mil euros para investir no abastecimento de água que permitirá “reduzir perdas” nos sistemas em baixa, geridos pela autarquia.
Em comunicado, o município liderado pelo socialista Manoel Batista adiantou que, “após a conclusão daquela empreitada, prevista para 2021, e numa rede de 232,4 quilómetros, o concelho ficará com um serviço de água mais eficiente”.
“Com a execução deste projeto, o município pretende aumentar o controlo sobre a rede e atuar para reduzir perdas nos sistemas de abastecimento de água em baixa que se encontram sob sua gestão, sendo a meta de redução de perdas reais de 11.436,63 metros quadrados, em 2022”, especifica a nota.
A candidatura agora aprovada “enquadra-se no eixo prioritário para a proteção do ambiente e promoção da eficiência dos recursos, tendo como intervenção o Ciclo Urbano da Água”.
Designada “Redução das perdas de água nos sistemas de abastecimento de água no concelho de Melgaço”, a candidatura foi aprovada no âmbito do Plano Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), do Portugal 2020, e tem uma contribuição do Fundo de Coesão de 40%.
Segundo a nota, a Câmara de Melgaço “gere 18 zonas de abastecimento de água para consumo humano, provenientes de 55 origens próprias, abrangendo 6.006 consumidores”, tendo ainda “sob a sua gestão uma zona de abastecimento em que a água é comprada à empresa Águas do Norte, e que abrange 2.040 habitantes”.
Os sistemas de água sob gestão do município “são constituídos por 232,4 quilómetros de rede de abastecimento, 4.399 ramais domiciliários e 30 reservatórios com a capacidade máxima de 3.249 metros cúbicos”.
“Em 2017, a taxa de perdas aferida pela autarquia e validada pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) encontrava-se nos 38%”, especifica a nota.
Com a aprovação desta candidatura, adiantou a autarquia, será “reduzida a carga nas redes de esgotos, visto que a água perdida normalmente se infiltra no sistema de saneamento e, consequentemente, aumenta o caudal afluente às Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR)”.
A empreitada visa ainda “reduzir os riscos para a saúde e garantir maior segurança no abastecimento, diminuir os custos energéticos associados ao processo de bombagem de água, dos custos inerentes ao seu tratamento e dos custos operacionais de reparação de roturas na rede, o que se traduz na diminuição do custo de cada metro cúbico de água”.
O projeto prevê “a implementação de um conjunto de ações e obras conducentes à diminuição efetiva de perdas reais de água através da aquisição de equipamentos para a deteção e localização de fugas e, paralelamente, a criação de Zonas de Medição e Controlo (ZMC) que permitam, de forma sistemática, aceder aos dados mais relevantes para uma correta monitorização da rede e implementação de telegestão”.
A substituição de condutas das infraestruturas mais suscetíveis de originarem perdas (como é o caso do sistema de abastecimento da Vila de Melgaço) e a impermeabilização de reservatórios, são outras das intervenções previstas.