Marcelo faz apelo à ação global perante Ramos-Horta e Olena Zelensky

Na 9.ª edição das Conferências do Estoril
Foto: LUSA

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, fez hoje um apelo à ação a nível global, perante o Presidente timorense, José Ramos-Horta, e a mulher do Presidente da Ucrânia, Olana Zelensky, que apontou como heróis.

“Agora é tempo de agir, amanhã pode ser tarde de mais”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na 9.ª edição das Conferências do Estoril, no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa.

No início da sua intervenção, feita em inglês, o chefe de Estado saudou as presenças de José Ramos-Horta e de Olena Zelenska, que discursariam a seguir, apontando ambos como “heróis na luta pela paz, independência e soberania”.

A seguir, o Presidente da República descreveu o atual momento como o “fim de um ciclo histórico, a nível global”, em que se “acreditava que um rejuvenescimento das lideranças americanas era fácil” e que “a aceitação da Federação Russa da sua despromoção de potência global a regional era pacífica”.

Acreditava-se que “a ascensão da China através da expansão económica global e a sua liderança na relação com a Rússia era lenta” e “o multilateralismo era mais evidente e mais bem-sucedido”, completou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, assiste-se ao “fim do ciclo de sistemas políticos, económicos e sociais” na Europa, que “está a ficar para trás dos Estados Unidos da América e da Ásia”.

“Estamos num momento de transição, com muito em jogo. Como se num crepúsculo de duração indeterminada, ou no amanhecer de um novo dia de duração ainda indefinida. Estamos a viver, ao mesmo tempo, a invasão russa e a guerra na Ucrânia, o conflito crescente no Médio Oriente, eleições decisivas nos Estados Unidos da América, a ascensão de movimentos políticos e sociais sistémicos ou assistémicos na Europa, ou a radicalização na América Latina”, prosseguiu.

O Presidente da República referiu que para alguns “é tempo ainda de esperar para ver”, enquanto se vê “reformistas moderados serem abafados por radicais palavrosos e proativos”.

“É nestes momentos que é crucial refletir sobre a mudança, mas para agir, antecipando e liderando – isso é ainda mais crucial. É a nossa missão hoje, no fim de 2024”, defendeu.

“Ontem ou anteontem foi tempo de apenas especular sobre o futuro, como iria ser, como deveria ser. Agora é tempo de abrir caminho, de preparar os próximos passos, tão próximos de nós, e ter ideias claras sobre as consequências. Agora é tempo de agir, amanhã pode ser tarde de mais”, reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.

 
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