O presidente da Câmara de Valença disse esta quinta-feira que deverá iniciar-se este ano uma empreitada de 1,2 milhões de euros, já lançada a concurso público, para melhorar o saneamento básico que serve Cerdal, a maior freguesia do concelho.
“Estamos confiantes que a empreitada venha a arrancar ainda este ano. Isso só não acontecerá se o concurso público, a decorrer, fechar deserto. Tem acontecido em alguns procedimentos. Se não houver interessados neste concurso, não resta outra alternativa senão aumentar o preço da obra e lançar novo concurso. Nesse cenário, a intervenção só poderá arrancar no próximo ano”, afirmou hoje à agência Lusa o autarca social-democrata, Manuel Lopes.
O presidente da Câmara explicou que aquele investimento resulta da adesão do município à empresa de gestão das redes de água em baixa e de saneamento Águas do Alto Minho (AdAM).
Segundo o autarca, a obra agora lançada a concurso público visa fazer o tratamento do saneamento básico da freguesia de Cerdal, a maior do concelho, e irá beneficiar, “no imediato, entre 600 a 800 habitantes”.
Em causa está um concurso público, publicado em Diário da República, pelo valor base de 1,125 milhões de euros.
Manuel Lopes adiantou tratar-se do segundo investimento a realizar pela AdAM, sendo que o primeiro, já concluído, rondou os 200 mil euros aplicados na beneficiação da rede de abastecimento de água às freguesias de Cerdal, Silva, São Julião, Friestas e Gandra.
“Nos próximos três anos o concelho vai ainda ser alvo de um investimento que rondará os quatro milhões de euros”, acrescentou.
A AdAM, é detida em 51% pela AdP e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A nova empresa começou a operar em janeiro, “dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes”.
Em abril, a empresa suspendeu a faturação depois de terem sido detetados erros de faturação que afetaram 15 mil consumidores.
Em agosto veio a público pedir desculpa pela “incorreção” detetada num “lote de leituras dos consumos de maio”, que afetou as faturas de 495 clientes de seis concelhos da região.
A constituição tem sido contestada por vários partidos e pela população de alguns concelhos, que se queixa do aumento “exponencial” das tarifas e do mau funcionamento dos serviços e exige o regresso da gestão de redes de água e saneamento aos municípios da região.
Questionado pela Lusa, Manuel Lopes garantiu que a empresa “já está a funcionar melhor”.
“Nada que se pareça com os primeiros meses quando foram detetados erros enormes de faturação. Nessa altura foi dramático. Os erros já foram corrigidos e as faturas estão a chegar muito mais assertivas, e já não há as reclamações que existiam antes. Há sempre uma ou outra porque sempre existiram, mesmo quando o serviço era do município, porque errar é humano”, referiu.
Já no que diz respeito aos serviços que a empresa presta, Manuel Lopes disse notar-se “uma melhoria substancial”.
“As perdas de água foram reduzidas drasticamente no que diz respeito a ruturas e neste momento podemos dizer que estamos bem”, sustentou.