O valor mensal mais praticado no arrendamento de habitação em 23 dos 24 municípios do Minho situa-se abaixo dos 300 euros, de acordo com os dados definitivos dos Censos 2021, agora divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Contudo, há freguesias urbanas onde o escalão mais praticado é superior, entre 300 e 399 euros, sendo esse o mais padronizado nos dois distritos como o segundo mais instituído. Este último escalão é também maioria no concelho de Esposende.
Em Barcelos, por exemplo. há registo de 40.168 habitações familiares ocupadas. Em 31.954 vivem os proprietários, 4.508 estão arrendadas e 3.706 noutra situação. Existem 379 agregados a pagarem menos de 100 euros de renda mensal e 50 acima dos 650 euros.
Porém, em terras do ‘galo’, a maioria dos senhorios pratica o escalão de renda mais enraizado, entre 200 e os 299 euros, em 1.529 habitações. Contudo, o escalão acima, até 399 euros, soma 1.336 contratos, e o escalão seguinte, até 499, é praticado em 438 ocasiões.
Na freguesia de Arcozelo, uma das mais numerosas do concelho, existem 1.523 habitações arrendadas, onde em 1.058 casos os inquilinos pagam entre 200 e 399 euros de renda mensal. Mas isso não significa que nas zonas rurais a situação não se repita. Em Perelhal, das 23 casas arrendadas, dez delas estão com rendas superiores a 300 euros.
Braga, capital de distrito, foi, a par de Esposende, um dos concelhos onde houve aumento de população, bem como das rendas praticadas, sobretudo em zonas urbanas. Segundo os Censos 2021, o número de alojamentos familiares em Braga aumentou 4,87% em relação a 2011.
Em 2021, foram registadas no concelho 71.981 residências familiares habitadas, 8.870 residências familiares secundárias, 3.935 casas ou apartamentos vagas para vender ou arrendar e 3.837, também vagos, mas por outros motivos. Do total de casas, 48.095 delas estão ocupadas pelos proprietários (66,8%), 18.784 arrendadas e 5.102 em outra situação. 10% são de uso sazonal.
O escalão de renda mais praticado no concelho, com 4.824 contratos, segue em linha com o resto do Norte do país, que alinha entre os 200 e os 299 euros. Porém, o escalão logo acima é realizado quase o mesmo número de vezes do infra, neste caso em 4.535 habitações.
Destaque ainda para 184 situações onde a renda é superior a 1.000 euros e 1.740 onde não ultrapassa uma centena. 1.053 arrendatários de Braga pagam acima dos 650 euros.
Nas freguesias, o escalão mais praticado em S. Víctor é diferente da esmagadora maioria das restantes freguesias do Minho, com 1.588 situações onde o inquilino paga entre 300 e 399. Na situação mais normal, com rendas semelhantes a outras freguesias, estão 1.240 habitações. Curioso que, na freguesia ao lado, em S. Vicente, a maioria volta ao escalão anterior, entre 200 e 299.
Nas zonas mais afastadas do centro, os escalões descem. Falemos de Ruílhe, onde existem 36 casas arrendadas. Em 16 delas, a renda praticada é inferior a 150 euros. E, diga-se, em oito casos é menor do que 20 euros.
Nos restantes concelhos, os escalões praticados são muito semelhantes, e o de 200 a 299 euros é o que mais impera, logo seguido do 150 aos 159 e dos 299 aos 300. Mas há uma exceção.
Em Esposende, ainda que por uma curtíssima distância de sete habitações para o escalão inferior, a renda padrão instituída está entre 300 e 399 euros.
Guimarães acaba por ser um município exemplar nesse sentido, e até com rendas a ter em conta. Das 17.528 casas arrendadas. 5.210 estão com pagamentos mensais de entre 200 e 299 euros, o valor mais praticado com larga distância para o escalão seguinte, o de 150 a 199, neste caso em 2.888 habitações.
Em Famalicão existem 8.732 casas arrendadas e em 2.576 a renda varia entre os 200 e os 299 euros. Em Fafe, das 4.076 casas arrendadas, apenas 110 têm rendas acima dos 400 euros.
Chegando ao Alto Minho, na ‘capital’ Viana do Castelo, das 6.486 casas arrendadas, 2.081 têm inquilinos a pagar entre 200 e 299, uma diferença residual para o escalão logo acima – entre 300 a 399 – situação em que se encontra 1.961 arrendatários.
De notar que neste concelho 506 inquilinos pagam menos de 100 euros. Saliente-se, também, que Viana do Castelo tem 5.120 habitações vagas, 2.402 para arrendar ou vender e 2.718 vagas por outros motivos.
Mais abaixo, em Ponte de Lima, das 1.714 habitações arrendadas, a grande maioria (974) possui rendas praticadas entre os 200 e os 399 euros. Em 48 casos, os arrendatários pagam menos de 20 euros.
Dos concelhos com menos oferta, Ponte da Barca, das 579 casas arrendadas, 431 estão com rendas inferiores a 399 euros e apenas uma acima dos 500 euros.
A fase de recolha dos Censos 2021 decorreu entre 05 de abril e 31 de maio e os dados referem-se à data do momento censitário, dia 19 de abril de 2021.