Lua está vermelha no Minho

Devido aos incêndios
Foto: Pedro Gonçalo Costa / O MINHO

A lua que se ergueu, na noite desta terça-feira, está ‘pintada’ de vermelho na região do Minho.

Este fenómeno está relacionado com o fumo que paira pelos céus da região devido aos incêndios florestais que estão a afetar o norte e centro do país.

É ainda mais um indicador da deterioração da qualidade do ar, conforme alertou hoje a médica pneumologista Diana Pimenta, da Unidade Local de Saúde de Braga.

Barcelos. Foto: Josefa Linhares

Em comunicado, a especialista sublinhou que os incêndios florestais geram grandes quantidades de poluentes atmosféricos, incluindo partículas finas (PM2.5 e PM10), monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogénio (NO2) e compostos orgânicos voláteis (COVs). “Essas substâncias podem causar diversos problemas de saúde”, nota.

De forma geral, a poluição do ar pode “enfraquecer o sistema imunitário e aumentar a vulnerabilidade a infecções respiratórias”.

De acordo com a mesma fonte, as partículas finas podem “causar inflamação das vias respiratórias, agravando condições clínicas, como asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica”.

Por outro lado, a exposição prolongada à poluição do ar pode “aumentar o risco de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais”.

Para proteger a via aérea, e minimizar os efeitos da poluição atmosférica, resultante dos incêndios, a médica recomenda as seguintes medidas:

  • Evitar atividades ao ar livre, nomeadamente que as crianças brinquem no exterior;
  • Permanecer no interior das casas, manter janelas e portas fechadas, ligar o ar condicionado para refrigerar as habitações, usar purificadores de ar.
  • Usar máscara com filtros adequados (como as N95) de forma a proteger as vias respiratórias da inalação de partículas finas;
  • Manter-se hidratado e em lugares frescos;
  • Os doentes com patologia respiratória, devem manter a sua medicação habitual de forma rigorosa, estando atentos a possíveis agravamentos dos sintomas, nomeadamente, agravamento da falta de ar e da tosse. Nestes casos, devem, se necessário, recorrer a observação médica.  

Cerca de 6.200 operacionais, apoiados por 1.900 meios terrestres e 38 meios aéreos, combatiam às 18:40 de hoje os 172 incêndios ativos em Portugal Continental, de acordo com a Proteção Civil.

Como o nosso jornal noticiou, na região do Minho, os incêndios de Cabeceiras de Basto e Póvoa de Lanhoso eram os que mais preocupavam a Proteção Civil ao início desta noite por haver casas na linha de fogo e pelo risco de propagação a uma mancha florestal contígua de vários hectares.

 
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