Louçã, candidato por Braga, pede a socialistas que votem no BE se querem Governo de esquerda

Legislativas 2025
Foto: LUSA

O histórico bloquista Francisco Louçã apelou hoje ao voto dos socialistas que querem um Governo de esquerda e acusou o PS de trair os seus eleitores ao pedir reciprocidade à AD num cenário em que vença as eleições com minoria. 

“Os socialistas que quiserem um governo que imponha, que lute, que procure justiça fiscal, que combata a desigualdade, compromisso para que haja os recursos necessários para as urgências com os profissionais de saúde, para que as escolas possam funcionar na sua diversidade e no seu encanto, aqueles e aquelas eleitores socialistas que querem que haja uma solução à esquerda, têm uma garantia no voto no BE. E isso é estabilidade”, apelou.

O cabeça de lista do BE por Braga, que regressa às listas do partido mais de uma década depois, discursava num comício no pequeno auditório do Theatro Circo, no distrito de Braga, que contou com lotação esgotada.

Numa intervenção de cerca de meia hora, Louçã tentou apelar aos eleitores de esquerda ainda indecisos e que equacionam votar PS, começando por deixar uma questão: “Quem vota no PS quer mesmo que haja um governo da AD apoiado pelo PS?”.

Louçã avisou ainda que “quem quer acreditar num governo do PS, e vota para isso, está disposto a que lhe saia um governo da AD com o compromisso de um PS, ou está à espera que caso aconteça o contrário, haja alguma reciprocidade de uma direita que garante que nunca a vai fazer e que na verdade nunca a fez”.

“Pedir o apoio da AD para um governo do PS é trair os votos que o PS pede aos seus eleitores. E eu peço-lhes que votem pelos seus princípios, que votem pelo que querem: querem um governo que na segunda-feira possa começar o caminho para uma tomada de posse em que garanta que baixa o teto às rendas, esse é o voto dos socialistas no Bloco de Esquerda”, apelou.

Numa intervenção que terminou com Francisco Louçã no meio da plateia do teatro entre quem o ouvia, o antigo coordenador do BE alertou ainda que “um voto no PS não garante um governo do PS”, argumentando que ninguém sabe o que os socialistas querem para a imigração ou a habitação.

Louçã deixou aos presentes várias razões para votarem no BE no próximo domingo, nomeadamente, por considerar que mais ninguém, à exceção do partido, falou “da responsabilidade que a Europa tem na Palestina”.

“Dizemos aos verdes alemães, aos socialistas alemães e aos liberais alemães que não apertamos a mão a facínoras”, avisou.

O fundador destacou a “coerência, compromisso, responsabilidade, sinceridade e combate” do BE ao longo dos anos e enalteceu o património político do partido, desde 1999, ano em que elegeu os seus dois primeiros deputados: Louçã e Luís Fazenda.

“Bastaram dois” deputados para fazer aprovar a violência doméstica como crime público que “salvou milhares de vidas”, destacou Louçã.

No remate final, o histórico bloquista deixou largos elogios à atual coordenadora, que definiu como “uma mulher valente”.

“Eu quero que haja, no próximo fim de semana, uma mulher valente que possa decidir, em nome deste povo que somos, um governo que garante as respostas na habitação, no trabalho, na igualdade, nos direitos de todos e de todas”, salientou.

Na ótica de Francisco Louçã, o BE “é a esquerda que junta” e “não há outra”.

“É a esquerda que quer juntar, que dá a mão, que não fica à espera, que tem a certeza que a urgência do nosso país contra o abismo em que nos querem mergulhar, contra a crise política eterna, contra a perpetuação dos privilégios, contra o abuso do poder é democracia”, considerou.

No final, um objetivo: tirar ao Chega ou à AD um deputado no círculo de Braga, mas também ficar à frente da IL neste distrito.

O BE elegeu pela primeira vez em Braga em 2009, representação perdida em 2011 e recuperada em 2015 e 2019. Desde 2022 que não elege neste distrito.

 
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