PCTP/MRPP contra “economia de guerra” quer travar investimento na Defesa

Legislativas 2025
Pctp/mrpp contra "economia de guerra" quer travar investimento na defesa
Foto: Lusa

A secretária-geral do PCTP/MRPP, Cidália Guerreiro, propõe travar o aumento de investimento na Defesa, tema que alega estar arredado da campanha, e exige esclarecimentos sobre quanto vai ser gasto num eventual plano de rearmamento. 

Em entrevista à Lusa no âmbito da campanha às legislativas de 18 de maio, a secretária-geral do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCPT/MRPP), insurgiu-se contra o que classificou como “a economia de guerra”, condenando os anunciados aumentos de investimento na Defesa, quer a nivel nacional quer a nível europeu.

“Sabemos que a Europa já tem um plano, um plano de rearmamento e que vai implicar despesas enormes, portanto, no bolo total serão 800 mil milhões de euros. Quanto é que calha a Portugal?”, questionou, acrescentando que é necessário “saber de onde é que vem o dinheiro”. 

Para Cidália Guerreiro, Portugal “neste momento é, efetivamente, um vassalo” de Bruxelas e de Washington.

“Bruxelas já tomou as decisões que temos que fazer e nós só temos que aplicar. Dizer que vamos relançar a economia através da indústria militar é uma provocação, não pode ser de outra maneira, porque a indústria militar é para matar, isso não vai trazer benefícios para o povo e nós temos a obrigação, e por isso estamos nestas eleições, para alertar para esses problemas”, disse. 

Para investir na Defesa, para o PCTP/MRPP “só há duas maneiras: ou é através de impostos, diretos, indiretos, taxas, taxinhas e tudo mais que se puder inventar, ou é em cortes a nível dos serviços sociais”. Para o partido, nenhuma destas formas é aceitável.

O PCTP/MRPP, a título de exemplo, sublinhou que este ano a Alemanha “fez alterações à sua própria Constituição para poder desenvolver as tais indústrias militares” e para “se tornar uma grande potência dentro da Europa, o que não acontecia desde 1945”.

Ainda sobre conflitos armados, a secretária-geral criticou o que considera ser uma ausência de posição por parte do Governo em relação à guerra em Gaza e relembra que já vários países tomaram posições em relação “ao genocídio” e recusam ser “coniventes” com o que está a acontecer. 

 “A última coisa que na Assembleia da República se disse, é que não era oportuno. Não é oportuno este país tomar uma posição? Os portugueses têm uma posição, os portugueses não querem, são contra este genocídio”, declarou a secretária-geral do PCTP-MRPP.

Na área da Saúde, Cidália Guerreiro defendeu que a “transição do público para o privado tem estado a matar, de forma dolorosa, o Serviço Nacional de Saúde” que não beneficiou, alertou, dos anunciados investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência: “Neste momento, nascer e morrer é dramático, sobretudo nascer”, acusou.

“Vemos que uma grávida, por exemplo, nunca sabe onde é que vai ter o filho e nem sabe se ele vai nascer”, disse, acrescentando que se costuma dizer que “o nascimento é um milagre e, de facto, aqui começa a ser um milagre”.

A nível partidário, Cidália Guerreiro disse que o partido, criado em 18 de setembro de 1970, está a trabalhar num “reforço interno”, admitindo dificuldades financeiras, e deixou críticas ao sistema de coimas aplicado pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos.

Nas legislativas de 2024 o partido concorreu e obteve 0,25% da votação, correspondendo a 15.491 votos. 

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Com theatro circo cheio, louçã pede a socialistas que votem no be se querem governo de esquerda

Com Theatro Circo cheio, Louçã pede a socialistas que votem no BE se querem Governo de esquerda

Próximo Artigo
Programa da psp atribuiu 623. 197 pulseiras para detetar crianças perdidas

Programa da PSP atribuiu 623.197 pulseiras para detetar crianças perdidas

Artigos Relacionados