A comerciante russa que terá sido insultada e ameaçada na sua loja de Braga por sete ucranianos, disse hoje em Tribunal que ficou com medo de ir trabalhar, mas anuiu que não tinha sido empurrada ou agredida.
Falando na qualidade de assistente no processo, e depois de os arguidos terem saído da sala por se sentir constrangida com a sua presença, Natalya Sverlova, disse ter sido chamada de “estúpida, fascista e de p… de Putin” por dois membros do grupo, e que foi intimada a tirar da parede uma bandeira da União Soviética.
Garantiu que ficou chocada quando viu o grupo entrar pelo que começou a filmar o que se passava com o próprio telemóvel, “pois já sabia que ia acontecer alguma coisa”.
Explicou que tinha a bandeira da antiga União Soviética na parede há mais de 15 anos, porque alguns clientes achavam “graça” sem que o fizesse por razões ideológicas: “Dentro da minha loja não se discutia política”.
A imigrante, hoje cidadã portuguesa, foi questionada pelos advogados de defesa, Miguel Brito e Rui Marado Moreira, que tentaram demonstrar que não houve agressões ou incitamento ao ódio”, conforme se demonstra no vídeo feito por um dos arguidos e que foi anexado ao processo.
Conforme O MINHO noticiou, a acusação diz que, a 07 de março de 2022,e para se vingarem da invasão russa de 24 de fevereiro, foram à loja, e disseram-lhe que era “uma p..!” e que devia “voltar” para a sua “terra”.
Depois, publicaram um vídeo no Facebook, o que originou vários comentários de ódio de outros ucranianos. Os sete estão pronunciados por incitamento ao ódio e à violência.