Miguel Brandão Pimenta e Paulo Caetano acabam de publicar um novo livro, “Feras e Homens”, sobre “A Fauna no Portugal Medieval”, com uma incursão pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, destacando-se o lobo, “o eterno perseguido”, segundo os autores, ambos já com outras obras dedicadas ao estudo da conservação da natureza e da preservação do património cultural.
O lobo é obviamente uma das figuras em destaque neste trabalho que aborda também o território e a floresta, um livro recheado de fontes históricas, que enquadram atividades conexas com a fauna, como caça e ambiente natural na idade média, falcoaria, arte da montaria e fauna na alimentação medieval, entre outros temas centrais da vida serrana, assuntos caros aos dois autores.
As batidas aos lobos e os tradicionais fojos são dissecados em “Feras e Homens”, mas ainda as lendas em volta do lobisomem, recordando-se, por exemplo, a existência da Rua do Lobisomem, em Caminha, com estórias de ambos os lados das fronteiras dos países ibéricos em que homens, supostamente lobisomens, foram julgados, como homicidas em série.
Uma das revelações sobre a fauna existente outrora no atual território dominado pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, é que afinal o último urso pardo terá sido abatido em 02 de dezembro de 1843, durante uma batida junto ao Rio Mau, em Montalegre, na zona próxima do Planalto da Mourela, estando então a espécie já extinta enquanto reprodutora, quando afinal muitos autores apontavam já o ano de 1650 como tendo sido o da data do desaparecimento do urso pardo nas serranias nortenhas de Portugal.
Miguel Brandão Pimenta, natural de Monção, durante décadas funcionário do Parque Nacional da Peneda-Gerês, foi autor do projeto do Centro de Recuperação de Fauna, na Portela de Leonte, do único parque nacional português, bem como formador na área do ambiente e revisor de inúmeros trabalhos nesta área, tendo sido um dos cinco fundadores da QUERCUS, assumindo as paisagens naturais como sendo a sua paixão e a fotografia como o seu passatempo de eleição, residindo na cidade de Braga.
Paulo Caetano, natural de Lisboa, licenciado em Ciências da Comunicação, iniciou a sua carreira como jornalista, foi repórter em diversos órgãos de comunicação social, após o que se tornou fundador e sócio-gerente da editora Má Criação, tendo em colaboração com Miguel Brandão Pimenta publicado o livro “O Urso Pardo em Portugal”, mas é também o autor de “Filhos do Auroque”, “Cavalos Selvagens Ibéricos” e “Lince Ibérico”, entre outras obras de estudo suas que publicou acerca da fauna.
O livro acaba de ser lançado pela Bizâncio, com edição e revisão de Teresa Mouzinho, design gráfico de Armando Lopes e a imagem de capa de AKG/Images/Fotobanco.pt, com a impressão e acabamento a cargo de Cafilesa – Soluções Gráficas, Lda.