Ana Luísa Beirão, presidente da Assembleia Municipal de Vila do Conde eleita pelo PS, renunciou ao cargo na sequência da polémica frase “Ai que vontade de lhe partir o focinho”, que gerou duras críticas de todos os partidos.
Beirão, que pronunciou a frase durante uma reunião da AM quando pensava que o seu microfone estava desligado, anunciou esta decisão antecipando uma possível votação para a sua destituição, mas não esclareceu se continuará como deputada.
De acordo com o Jornal de Notícias, a renúncia, com efeitos imediatos, deve-se também a “ameaças intimidatórias e execráveis” que têm afetado a sua vida pessoal e profissional, assim como a do seu filho, que reside no estrangeiro.
A polémica teve origem na sessão da Assembleia Municipal de 29 de abril, quando Beirão disse aquela frase depois da intervenção do deputado do Chega, Sérgio Gomes, e foi ouvida por todos os que assistiam à transmissão ao vivo. O Chega exigiu imediatamente a sua demissão, acompanhado por críticas do PSD e do movimento independente NAU.
Ana Luísa Beirão justificou o desabafo afirmando que não se dirigia ao deputado, mas a mensagens insultuosas que estava a receber no telemóvel. Apesar das explicações, o PS decidiu retirar-lhe a confiança política quatro dias depois. Beirão lamentou a decisão do partido, acusando-o de retirar a confiança a uma “camarada por uma frase dita em desabafo, fruto de angústia e revolta”.
Embora tenha apresentado queixa às autoridades e o caso esteja agora nas mãos do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), Beirão decidiu sair devido à continuação das ameaças. No entanto, não esclareceu se continuará como deputada independente após a renúncia ao cargo de presidente da AM.
