O helicóptero pessoal de Armando Pereira, o antigo homem-forte da Altice, que é um dos dois principais arguidos do Caso Altice/Operação Picoas, vai ser nas próximas horas removido da sua Quinta das Casas Novas, em Guilhofrei, Vieira do Minho.
A medida foi decretada pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, ao início da noite desta segunda-feira, fazendo parte de várias ações cautelares para prevenir eventual risco de fuga, segundo apurou O MINHO.
Ambos os principais arguidos, Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes, residentes em Guilhofrei (Vieira do Minho) e Gualtar (Braga), respetivamente, já estão em casa, ficando só com a obrigação de permanência na habitação (vulgo prisão domiciliária).
Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes não terão o controlo de pulseira eletrónica, a cargo da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, mas a vigilância esporádica (não permanente), da GNR de Vieira do Minho e de Braga, respetivamente.
Quanto às principais medidas coativas, os arguidos Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes ficaram sujeitos cumulativamente para além do obrigatório termo de identidade e residência, proibição de contactos entre si e com todos os cidadãos e empresas mencionados no despacho de apresentação, do qual têm conhecimento, com exceção respetivamente de Cristina Couto e de Melissa Antunes (a filha mais nova de Hernâni Vaz Antunes) e já no tocante a Vânia Couto, com relação a Armando Pereira.
Entretanto, a arguida Jéssica Antunes, a filha mais velha de Hernâni Vaz Antunes, residente numa mansão, em São Pedro de Este (Braga), a cerca de meio quilómetro da mansão do pai, em Gualtar (Braga) ficou sujeita, cumulativamente a obrigação de apresentações bissemanais no Posto Territorial da GNR de Braga, por ser o mais próximo departamento policial da residência.
Jéssica Antunes está ainda proibida de se ausentar do território nacional, com apreensão do seu passaporte, já que tal como a sua irmã mais nova, Melissa Antunes (ex-futebolista da seleção nacional) tem dupla nacionalidade (portuguesa e a canadiana), tendo ambas nascido no Canadá, onde os pais estavam emigrados, tendo dez dias para prestar caução de meio milhão de euros.
A filha mais velha de Hernâni Vaz Antunes também está proibida de contactar os arguidos Armando Pereira, Ricardo Sobral (advogado de Braga), Duarte Loureiro (advogado de Braga) e Gil Loureiro (economista de Braga), bem como com todos os colaboradores de todas empresas do arguido Hernâni Antunes e do Grupo Altice, incluindo os que foram entretanto suspensos, bem como todos os cidadãos indicados no despacho de apresentação, à exceção de Melissa Antunes, por se tratar da sua irmã.
Jéssica Antunes está igualmente proibida da prática de atos de administração, incluindo de movimentação de contas em bancos dos Emirados Árabes Unidos em nome das sociedades Jana General Trading e Global Gold International Broker, suspeitas.
Entretanto, o arguido Álvaro Gil Loureiro, economista de Braga, ficou sujeito, cumulativamente a obrigação de apresentações bissemanais na Esquadra da PSP mais próxima, o Comando Distrital de Braga da PSP, que fica a 150 metros da sua residência, tendo dez dias para prestar uma caução carcerária de 250 mil euros, que corresponde a metade da a prestar por Jéssica Antunes.
Álvaro Gil Loureiro fica também proibido de se ausentar do território nacional, com entrega do seu passaporte, para além da proibição de contactos com os arguidos Armando Pereira, Ricardo Sobral e Jéssica Antunes e, bem assim, com todos os colaboradores de todas empresas do arguido Hernâni Vaz Antunes, residente em Gualtar (Braga) e quinta em Pedralva (Braga).
O economista bracarense Álvaro Gil Loureiro, tem ainda a proibição de atos de administração, incluindo de movimentação de contas bancárias na República Dominicana, como as em nome das sociedades Holbox Enterprises SRL, Southport Investiments SRL, Mind Partneres SRL, Leveres Group SRL, ImproV4IT, Wedo Payment Slutions ou ainda Wedo Management Solutions.