O grupo DST, sediado em Braga, vai assumir o pagamento dos salários dos 14 membros da Companhia de Teatro de Braga, ao longo dos próximos três meses, anunciou hoje o presidente do Conselho de Administração.
Em comunicado, José Teixeira explica que “um país sem cultura não sobrevive”, logo foi decidido assegurar os salários destes elementos, sem contar com o subsídio plurianual e o apoio que já é atribuído por aquela empresa há “quase 40 anos”.
“Tornamos público este comunicado na esperança que outros encontrem uma entidade de produção de cultura para apoiar neste momento, para todos desesperado, mas muito mais desesperado para os que vão perder o que não têm. Pela nossa salvação coletiva: apoiem a cultura”, sublinha José Teixeira.
O demónio Covid-19
Na mesma nota, José Teixeira aponta esta doença como um “demónio”, que deixa “frentes abertas” e que “exigem responsabilidade dos empresários”.
“O dstgroup entende que depende dos seus soldados e desde a primeira hora, ainda não existia ainda um único infetado em Portugal, elaborou o seu plano de contingência que tem sido permanentemente atualizado”, explica o administrador, revelando que a empresa tem agora 364 colaboradores em modo de teletrabalho.
“Independentemente dos recursos colocados à nossa indústria pelo Governo da República e pela banca estamos em condições de garantir os salários dos nossos trabalhadores, os compromissos com fornecedores e parceiros sem exaurir o Estado”, acrescenta.
“Somos quase 1.800 trabalhadores e, com o tal demónio a espernear em fevereiro, admitimos 66 trabalhadores e no presente mês de março, até hoje, 49 novos trabalhadores. Hoje aprovamos a admissão de mais três trabalhadores”, refere, adiantando que ninguém foi despedido.
“Não, não despedimos ninguém, nem os que estão à experiência serão dispensados a não ser por razões de desfasamento com a nossa psique e de mau desempenho. Até hoje isso ainda não aconteceu a nenhum”, diz.
“Neste tempo devastador e imprevisível que atravessamos, assumimos um compromisso com os nossos trabalhadores: queremos chegar ao final da batalha com todos os “soldados” de pé. Como lhes escrevemos: se cairmos, e Deus nos ajude para que isso não aconteça, cairemos todos”, acrescenta José Teixeira, apontando que a empresa vai perder dinheiro neste “tsunami”.
“Sim perderemos uma parte, mas ficaremos com a restante parte e outra, a principal, aumentada: a confiança dos nossos trabalhadores, dos nossos fornecedores e dos nossos parceiros e isso é valor que não tem preço e nos permitirá surfar as ondas do futuro”, finaliza.