O vereador do Urbanismo na Câmara de Braga, o social-democrata João Rodrigues, garantiu, sexta-feira, à noite na Assembleia Municipal que o licenciamento do complexo desportivo da empresa Supera, junto à Avenida Padre Juílio Fragata em São Vítor, foi legal e teve o parecer positivo da APA- Agência Portuguesa do Ambiente, nomeadamente no que toca ao desaparecimento de um ribeiro que outrora ali passou.
Respondendo a críticas da bancadas do PS e do BE sobre uma alegada inexistência do parecer, o vereador afirmou: “É mentira! E são afirmações de grande irresponsabilidade!”, afirmou, asseverando que o licenciamento só avançou porque a APA deu parecer positivo, conforme se pode constatar consultando o processo administrativo.
Anteriormente, a bancada socialista, através de Raquel Ribeiro, havia criticado a ausência do parecer da APA, dizendo que, por isso, a comissão criada na Comissão do Urbanismo para analisar as queixas dos moradores contra o projeto, o que impedia a feitura do Relatório final. Pediu, por isso, à Mesa da Assembleia que peça à APA o envio de uma cópia do dito parecer.
Já um representante do Bloco afirmou, a propósito de uma petição dos moradores da Rua Luís Soares Barbosa que a obra segue contra a opinião dos residentes e sem o parecer da APA.
Lamentou que, vários meses depois, a Assembleia Municipal ainda não lhes tenha respondido, e disse que o Município não pode dar a ideia aos cidadãos, de que “os negócios são mais importantes que as pessoas”.
“Não sabem de que água estão a falar”
Face aos reparos dos dois partidos oposicionistas, João Rodrigues contra-atacou, dizendo que os dois partidos “não sabem de que água estão a falar”, já que o dito ribeiro de São Vítor foi há décadas encanado para que fosse construída a ligação viária ao Hospital e a própria Variante, tendo-lhe sido conetados, a seguir, várias condutas de águas pluviais.
Frisou que, apesar de a APA confirmar a sua inexistência, a Câmara pediu-lhe para fazer um estudo sobre o assunto, para se saber o que foi «entubado» e quais as ligações feitas: “se aquilo fosse uma linha de águas públicas, a Câmara não teria licenciado o projeto”, assegurou, desafiando os dois deputados a irem consultar o processo administrativo.