Chama-se Luís Jorge Videira, mas todos o conhecem por Joca. O deputado do povo. Alcunha que lhe puseram há 12 anos quando foi eleito numa lista para uma junta e, oito dias depois, já tinha apresentado “26 problemas” ao presidente para os resolver. Eleito para a Assembleia Municipal há quatro anos como independente mas com o apoio do MPT, concorre agora sem nenhum partido. “JSPV – Joca Servir o Povo de Viana” é a única candidatura independente à Assembleia Municipal da capital do Alto Minho. O fotógrafo, de 59 anos, quer continuar, por mais quatro anos, a fazer um trabalho com o “foco nas pessoas”. E aponta à candidatura à Câmara em 2025.
Eleito com o apoio do MPT nas últimas autárquicas, há dois anos “desligou-se” do partido e ficou “totalmente independente”. “Embora nunca tenha estado amarrado a nenhum partido”, salienta.
Desta vez, sem apoio partidário, teve que reunir, por meios próprios, 2.500 assinaturas e compor uma lista com candidatos independentes.
“A minha candidatura deve-se a querer continuar a fazer, por mais quatro anos, o trabalho que estou a desenvolver. Acho que estou a fazer um bom trabalho a servir as pessoas. É nesse sentido que estou na política. No sentido de resolver os problemas que as pessoas me propõem”, explica a O MINHO o candidato.
“O foco são as pessoas”
Para Joca, “o foco são as pessoas, as causas sociais” e entende a política como o serviço de estar do lado dos mais frágeis: “Os idosos, as pessoas deficientes, cujas infraestruturas estão esquecidas”. Resumindo, em palavras do próprio: “Do povo, pelo povo, para o povo”.
E essa maneira de encarar a política valeu-lhe o epíteto de “deputado do povo”. “Deram-me esse título há 12 anos quando fui candidato à Assembleia Municipal de Monserrate. Estava em quinto lugar e fui eleito. Passados oito dias, na Queima do Judas, na leitura do testamento, disseram ‘Joca, o deputado do povo’. Nunca me intitulei, deram-me esse título, porque, depois de ser eleito, passados oito dias, já tinha entregue ao meu presidente da altura, Vítor Silva, presidente do PS de Monserrate, 26 problemas a resolver”, recorda o também colaborador de O MINHO.
“Dou 70% do meu tempo à causa pública”
O ‘modus operandi’ político de Joca, que por isso se considera um “deputado totalmente diferente”, passa por ouvir as pessoas, identificar os problemas concretos que as afetam e fazer pressão junto do executivo para os resolver.
“Dou 70% do meu tempo à causa pública e depois estou sempre na rua. E a toda a gente que me traz um problema, eu nunca disse a ninguém ‘isto não é comigo’. Seja um problema onde for, porque o nosso país não tem fronteiras e nós que estamos na política temos a responsabilidade de saber ouvir as pessoas seja onde for”, explica.
E acrescenta: “Ouço as pessoas, vou para o terreno perceber o que se passa e automaticamente mando e-mail para o presidente da Câmara, para os engenheiros [da autarquia] e depois pressiono na Assembleia Municipal, no pouco tempo que tenho – dois minutos. E mostro ao presidente os problemas reais das pessoas”.
Joca realça que a sua “grande luta são as causas sociais”, nomeadamente “os sem abrigo e as pessoas que vivem muito mal”. “O mais importante na política é estarmos do lado das pessoas quer deram muito a este país e que estão esquecidas”, defende.
“Tirar as pessoas da rua”
Para o candidato independente, o que Viana mais precisa é “criar infraestruturas, sinalização de trânsito, prevenção rodoviária, porque nas estradas a sinalização horizontal está toda apagada e não existem rampas de acesso para os passeios”. E também “haver mais apoios sociais” e “tirar as pessoas da rua”.
Nesse sentido, defende a criação de um “albergue com centro comunitário com sete ou oito camas”, no qual as pessoas entraram com “direitos e deveres”. “Podem comer, tomar banho, mas também podem fazer coisas, sentirem-se úteis”, refere o deputado, notando que “cada vez se vê mais pessoas na rua, muitos jovens com problemas de álcool” e que este “é um problema de todos”.
Ambiciona candidatura à Câmara em 2025
Agradecendo a Jaime Pinho, que o ajudou na logística da candidatura, e a todas as pessoas que integram a lista ou deram a sua assinatura para que esta fosse possível, Joca realça que está confiante na sua eleição.
“O povo é que nos dá palco, e é o povo que também nos tira o palco. Estou convencido que irei ser reeleito, mas isto na política dá muitas voltas”, diz, mostrando-se, assim, confiante, mas prudente o candidato que deseja “dar continuação” a um trabalho que considera estar “a fazer bem”.
E equaciona uma candidatura à Câmara em 2025. “[Nestas eleições] temos oito candidatos à Câmara, é muita gente a concorrer, e tenho consciência que não é o meu tempo”. “O meu objetivo é, daqui a quatro anos, se tudo correr bem, fazer uma candidatura à Câmara e conseguir um lugar como vereador”, adianta.
Prometendo ser sempre “o porta-voz daqueles que não têm voz”, deixa a garantia de que sempre será independente: “Não quero ficar preso a ninguém”.