“Vota Jéssica”. O slogan é simples e tem gerado muitos sorrisos nas redes sociais. A cadela surda foi proposta pelo humorista vianense Hugo Soares como candidata à Câmara de Viana do Castelo, e promete algumas ‘ideias malucas’ para os próximos quatro anos, como aumentar o prédio Coutinho e organizar as Festas d’Agonia de dois em dois meses.
A ideia serve para, diz, “consciencializar”, afirmando que mais gente lê o programa de uma cadela do que dos atuais políticos.
A brincadeira começou no YouTube, onde a cadela buldogue já participava em vídeos realizados pelo humorista. Trata-se, pois claro, de “uma falsa candidatura à autarquia num novo projeto de sátira política”, explica Hugo Soares a O MINHO.
E o dono já andou a espalhar “cartazes pela cidade” com “o focinho” de Jéssica, conta.
O humorista afirma que Jéssica quer “colocar mais 15 andares no Prédio Coutinho e quer criar uma autoestrada desde Viana do Castelo até Melgaço”.
“Também deseja organizar a Romaria da Nossa Senhora da Agonia de dois em dois meses”, aduz o humorista, natural de Santa Marta de Portuzelo.
E cita a cadela: “Vou fazer tudo sozinha nos primeiros três anos. No último, não faço nada. Tiro férias, para ser ao contrário dos outros candidatos, que fazem tudo no último ano”.


“Fora de brincadeiras”, Hugo Soares, de 34 anos, apadrinhou-a “sem hesitação” e a buldogue “ganhou protagonismo com o ‘Pogama da Jéssica’, no ‘YouTube’”. Agora, o objetivo é consciencializar.
“Esta campanha serve para pensarmos qual é a nossa responsabilidade social”, afirma.
“Toda a gente leu as propostas da Jéssica mas não leu os programas dos candidatos verdadeiros. Estamos numa fase em que levamos a sério os humoristas e levamos na brincadeira os políticos”, considera.
Já a “candidata” Jéssica, para além de tudo o mais, garante que vai “afastar eventuais terroristas com grupos de concertinas” e promete “colocar arroz de sarrabulho como prato do dia em todos os restaurantes”.


Certo é que as medidas já provocam debates, assegura.
“No primeiro café onde distribuí os ‘flyers’ todos leram as medidas e riram-se. No fim, já todos discutiam política”, conta.
“A Jéssica é apenas uma cadela, mas a personagem que criei vai ser sempre a da ‘candidata’ pelo amor e pelo humor… que, para mim, são fundamentais”, conclui o humorista.