Desde 1931 que não havia um janeiro com uma média da temperatura máxima tão elevada, que chegou aos 15,29 °C, mais 2,20 °C em relação ao valor normal registado no período 1971-2000. Monção igualou o anterior recorde de máxima e Melgaço bateu o recorde de mínima mais elevada para o primeiro mês do ano. Também foi no Alto Minho onde mais choveu, com especial incidência em Lamas de Mouro (Melgaço). No distrito de Braga, Famalicão registou ao longo de três dias o maior valor nacional de máxima (entre os 20 e os 22).
A estação meteorológica de Monção atingiu um máximo extremo de 23,8 ºC no dia 01 de janeiro, numa “onda de calor” que prevaleceu entre 26 de dezembro de 2021 e 03 de janeiro de 2022. O mesmo valor já tinha sido atingido no dia 24 de janeiro de 2016 e é o mais elevado desde 1968, desde que o IPMA começou a registar esses dados no concelho do Alto Minho.
O mês de janeiro foi o quinto mais quente desde 2000, tendo-se registado a temperatura máxima mais alta dos últimos 90 anos, e foi também o segundo mais seco, segundo dados divulgados esta sexta-feira. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a temperatura média do ar fixou-se nos 9,5 °C no mês passado, o quinto valor mais elevado desde 2000.
Os valores diários de temperatura máxima foram quase sempre superiores ao valor médio mensal, com destaque para os períodos entre os dias 1 a 3 e 27 a 31 de janeiro, em que se registaram desvios superiores a 4 °C. Nestes últimos dias de janeiro, Famalicão registou a temperatura máxima mais elevada do país durante três dias consecutivos.
Por sua vez, Melgaço atingiu a 01 de janeiro o maior valor da temperatura mínima (12,6ºC) para o mês, a mais elevada desde que há registo (2001). A mínima mais alta registada até então era de 10ºC, no dia 3 de janeiro de 2018.
O valor médio de temperatura mínima do ar foi de 4,02 °C, inferior à normal (menos 0,52 °C) e, segundo o IPMA, apesar de ter começado com valores acima da média, foi quase sempre inferior a partir do dia 13, com destaque para o período de 17 a 26 de janeiro.
Quanto à precipitação, o mês passado foi o sexto mais seco em 90 anos e o segundo pior desde 2000, superado apenas por janeiro de 2005. O relatório do IPMA acrescenta que o valor médio da quantidade de precipitação foi muito inferior ao normal registado entre 1971 e 2000, correspondendo a apenas 12%.
O maior valor mensal da quantidade de precipitação em janeiro foi registado na estação meteorológica de Lamas de Mouro, em Melgaço – 78.5 mm – e o menor em Faro, 0.4 mm.
“Verificou-se um agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica, com um aumento da área e da intensidade, estando no final do mês todo o território em seca com 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema”, refere o instituto.
Relativamente ao índice de percentagem de água no solo, registou-se uma diminuição significativa em relação ao final do mês de dezembro, e o IPMA destaca os valores inferiores a 20% nas regiões Nordeste e Sul, com muitos locais dessas regiões a atingir “o ponto de emurchecimento permanente”.
Com agência Lusa