A coordenadora do BE defendeu hoje que já se percebeu que vai ser preciso negociar uma solução de governação e orçamentos a seguir às eleições, considerando que a direita não será governo se “a maioria de esquerda” for votar.
Como tem sido hábito nesta campanha para as legislativas, Catarina Martins começou o dia numa feira, desta vez em Vila de Prado, no distrito de Braga, tendo, em declarações aos jornalistas no final, recusado “fazer a campanha sempre a comentar cada uma das declarações” dos seus adversários porque senão não se fala das propostas que cada partido tem para o país, o que considera ser o fundamental para as pessoas.
“Já se percebeu – e ainda bem que eu fiz esse desafio – que vai ser preciso conversar no dia 31 de janeiro, já se percebeu que vai ser preciso negociar qual será o governo da próxima legislatura, vai ser preciso negociar orçamentos e um contrato para o país que responda aos problemas das pessoas. Falemos agora das propostas”, afirmou.
Confrontada sobre as sondagens que dão o PSD à frente ao PS, a líder bloquista mantém o “respeito pelo trabalho da comunicação social e das sondagens”, mas reitera que “o que conta é ir votar”.
“E às vezes, se discutimos as sondagens, até parece que alguma coisa está decidida antes de estar. As pessoas estão a criar a sua opinião ao longo da campanha”, afirmou.
Vivemos num país desigual, mas no dia 30 uma mulher vale um voto. Que seja um voto pela nossa segurança, um voto pela nossa liberdade. #Legislativas2022 pic.twitter.com/GIeU4CEcHd
— Catarina Martins (@catarina_mart) January 25, 2022
Questionada sobre se antevê o risco de a esquerda perder maioria no parlamento, Catarina Martins respondeu com um apelo: “se a esquerda votar, seguramente que a direita não será governo”.
Avisando que “a direita tem um projeto de destruição do país”, Catarina Martins compreende “a imensa desilusão de tanta gente que viu nos últimos dois anos o Governo a prometer uma coisa e fazer outra sucessivas vezes”.
“Sabemos que há tanta gente que sabe que não pode continuar assim, mas não é a direita que vai resolver. A direita só vai criar mais problemas em cima dos problemas. A resposta estará na força à esquerda e na força do BE para condicionar um contrato de Governo para uma legislatura que responda pela saúde, salário, pensão, habitação”, enfatizou.
Para a dirigente do BE “a maioria de esquerda é uma maioria no país”.
Sobre o facto de Zé Albino, o gato do líder do PSD, Rui Rio, ter dominado a troca de argumentos entre os dois maiores partidos na quarta-feira, Catarina Martins insistiu que “há partidos que têm um problema” que é o facto de não poderem “dizer qual é o seu programa eleitoral”.
“A direita não pode falar do seu programa. A direita tem um projeto de poder que é o projeto de poder dos grandes grupos privados da saúde ou das seguradoras privadas e, portanto, prefere falar de gatos. É gato escondido com o rabo de fora”, reiterou.