A Direção Regional de Cultura do Norte vai promover, em 16 de junho, uma ação de limpeza e registo das Ruínas da Cidade Velha de Santa Luzia, em Viana do Castelo, que remonta ao século VIII a.C.
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A atividade inicia às 10:00 e decorre até às 17:00, sendo que a participação é gratuita (inscrição).
Realiza-se no âmbito das Jornadas Europeias de Arqueologia 2023 e “propõe-se que o visitante seja agente ativo na salvaguarda das ruínas arqueológicas, através de ações de limpeza, registo e consolidação das estruturas arqueológicas”.
A Direção Regional de Cultura do Norte explica que a Citânia “impõe-se estrategicamente na paisagem pela sua localização destacada” e que a “área do povoado corresponde a cerca de um terço do que seria a sua verdadeira dimensão”.
Está delimitado por três linhas de muralha, complementadas por torreões e dois fossos.
A distribuição das estruturas permite aferir momentos distintos de ocupação, podendo enquadrar a reestruturação do espaço entre o séc. I a.C. e o séc. I d.C.
Conhecida por “Cidade Velha de Santa Luzia”, o registo da existência destas ruínas reporta-se, pelo menos, ao século XVII. Foi, contudo, em 1876 que se realizaram as primeiras escavações na sua área por iniciativa de J. Possidónio N. da Silva (1806-1896), presidente da Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portuguezes, embora a maior parte das estruturas atualmente visíveis se deva à intervenção do investigador bracarense Albano Belino (1863-1906), realizada em 1902.
Não obstante tais iniciativas, encontra-se a descoberto apenas um terço da área total abrangida originalmente pela Citânia, uma vez que uma parte significativa se perdeu na sequência da edificação do Hotel de Santa Luzia e respetivas vias de acesso.
À semelhança de outros povoados atribuídos à Idade do Ferro do Norte de Portugal (como a Citânia de Briteiros ou Cividade de Âncora), também o de Santa Luzia apresenta uma preocupação vincadamente defensiva. Daí, a presença de três linhas de muralhas servidas por um caminho de ronda e reforçadas por fortes torreões de dois fossos, a cujo topo se acedia através de uma escadaria, ainda visível na face interna do muralhado.
“A eleição deste local para uma tão duradoura ocupação não poderá explicar-se unicamente pela sua privilegiada situação estratégica, mas também por um conjunto de condições de ordem cinegética”, lê-se no sítio oficial da Direção Regional de Cultura do Norte.