Uma equipa da Universidade do Minho, composta por Fernanda Viana, Iolanda Ribeiro, Irene Cadime, Sandra Santos, Bruna Rodrigues, Helena Costa, Maria do Céu Cosme, Rui Ramos, a par de Celda Morgado do Politécnico do Porto, venceu o Prémio Ana Maria Vieira de Almeida, atribuído pela Fundação Vasco Vieira de Almeida e pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Os investigadores foram distinguidos por desenvolverem uma nova abordagem da leitura, visando a prevenção das dificuldades geralmente experimentadas no seu domínio.
A sua obra galardoada, “Arriscar a mudança. Os desafios dos modelos multinível na aprendizagem da leitura e da escrita”, resulta de um projeto desenvolvido no agrupamento de escolas de Briteiros e financiado pelo Município de Guimarães.
A obra, que será publicada ‘online’, disponibiliza o racional teórico, a metodologia adotada e os resultados obtidos, além de materiais originais a usar no ensino da leitura. São de salientar os resultados obtidos pelos alunos participantes nas provas de aferição do 2.º ano de escolaridade no final do projeto, que se situaram bem acima da média nacional.
De acordo com os autores, a maneira como se ensina a ler mantém-se praticamente idêntica ao que se efetuava no último século, embora hoje se saiba muito mais sobre leitura e sobre o modo como as crianças aprendem a ler.
Neste projeto, arriscou-se uma abordagem diferente, ao incorporar na prática pedagógica as diretrizes apontadas pela investigação recente na área da leitura, identificando precocemente potenciais riscos, desenvolvendo uma ação preventiva através da diferenciação pedagógica e monitorizando os avanços.
O Prémio Ana Maria Vieira de Almeida teve o valor de 20.000 euros e vai reconhecer a cada dois anos estudos inovadores na educação pré-escolar e do 1.º ciclo.
“Esta distinção tem ainda um significado especial porque leva o nome de Ana Maria Vieira de Almeida, alguém à frente do seu tempo e que arriscou fazer diferente em termos pedagógicos”, acrescenta Fernanda Leopoldina Viana, do Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC) da UMinho, citada em comunicado.
A primeira edição do prémio teve 24 obras candidatas e foi também ganha, ex-aequo, pela brasileira Jeane Costa Amaral, com um estudo sobre a cidade e o património na educação infantil. A menção honrosa coube a Cristina Sylla, também do CIEC, por desenvolver manipuladores digitais pedagógicos para o contexto pré-escolar.