O presidente da Câmara de Caminha anunciou esta quinta-feira o início, em 01 de fevereiro, da “maior operação de limpeza da floresta” realizada no concelho, orçada de 500 mil euros e apoiada por fundos comunitários.
“É a maior operação de limpeza da floresta que alguma vez aconteceu no concelho de Caminha e vai avançar, a 01 de fevereiro, num investimento de meio milhão de euros. Estamos a dar prioridade total ao reforço de investimento na Proteção Civil e na defesa da floresta“, afirmou Miguel Alves à agência Lusa.
Em causa, explicou, está a obra de execução da Rede Primária e Secundária de Faixas de Gestão de Combustíveis que “vai permitir a criação de zonas de descontinuidade, sem floresta e sem combustível, em diversas áreas do concelho, de modo a travar os incêndios ao longo do território”.
O autarca socialista, que falava a margem da apresentação pública de uma nova equipa de sapadores florestais, apelou a um “esforço global” das juntas de freguesia, dos baldios e de particulares” na defesa da floresta do concelho.
“Sublinho o papel dos particulares que são os primeiros responsáveis pela limpeza dos seus terrenos. A Câmara entra numa última linha e não pode ser a solução para todos os males. Isso nunca será boa solução”, frisou.
A equipa de sapadores florestais, apresentada publicamente, é composta por cinco elementos, “todos do concelho de Caminha, recrutados entre 36 candidatos”.
“A Câmara garantiu a constituição e manutenção da equipa, através de um protocolo celebrado com a Associação de Produtores do Vale do Minho nos termos do Programa de Sapadores Florestais estabelecido pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas”, explicou.
Metade dos custos da nova equipa, cerca de 80 mil euros, e cofinanciado pelo Fundo Florestal Permanente, sendo que ao município caberá suportar “o pagamento de vencimentos, a formação profissional, encargos com a viatura e equipamentos, fardas, combustíveis, reparações e os seguros”.
A nova equipa ira garantir “silvicultura preventiva, ações de gestão florestal, vigilância, primeira intervenção em incêndios florestais, apoio a rescaldo e vigilância pós-incêndio”.
Miguel Alves sublinhou que aquela equipa de sapadores florestais “é só uma parte da estratégia” do município, que, nos últimos quatro anos anteriores, “promoveu a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), permitindo acautelar situações de construção, dentro e em zonas limítrofes de floresta”.
“Foi uma matéria que trouxe muita contestação que, em boa verdade, se dissipou na altura dos grandes incêndios do ano passado”, recordou.
O presidente da Câmara anunciou ainda o apoio da autarquia “na constituição de duas Equipas de Intervenção Permanente que vão ficar sedeadas junto das duas corporações de bombeiros do concelho, Caminha e Vila Praia de Âncora”.
“A constituição dessas equipas aguarda a validação da candidatura por parte da Direção Nacional de Bombeiros e do Governo. Será ainda estabelecido um protocolo com os sapadores dos baldios de Riba de Âncora de modo a poder reforçar o trabalho de prevenção durante todo o ano”, acrescentou.
Miguel Alves revelou que a Câmara “já aprovou um Plano de Fogo Controlado que vai candidatar a fundos comunitários”, tendo em vista “a sua implementação já este ano e para vigorar até 2022”.
Recordou ainda que “Caminha é um dos dez concelhos do país abrangidos pelo projeto-piloto do cadastro florestal que vai ter, a partir da próxima semana, um serviço móvel com carrinhas disponibilizadas pela autarquia para responder às dificuldades de mobilidade dos cidadãos”.