Mais de 20 estradas estão cortadas devido a incêndios, entre autoestradas (A1, A11 e A25), estradas nacionais, estradas municipais, itinerários principais (IP3 e IP6) e itinerários complementares, segundo a informação recolhida pela Lusa.
Pelas 18:30, fonte da Guarda Nacional Republicana já tinha avançado que existiam mais de 15 estradas cortadas, sobretudo, no norte e no centro do país, salientando que não excluía a existência de mais vias fechadas à circulação devido a incêndios.
Cruzando os dados disponibilizados pela GNR e os que constam no Portal das Estradas da Infraestruturas de Portugal, ao nível de autoestradas, além da A1, também há um corte total da A11 (em Figueiredo e Silvares, distrito de Braga) e da A25 (Aveiro).
Em termos de estradas nacionais (EN), estão cortadas no distrito de Castelo Branco a EN 238 (Maxial da Estrada, Sertã, Castelo Branco), a EN 353 (Idanha-a-nova, Castelo Branco), a EN 350 (Pedrógão Pequeno, Sertã, Castelo Branco) e a EN 238 (Cruz do Fundão, Sertã, Castelo Branco).
No distrito de Coimbra, está fechada a EN 17 (Lagos da Beira, Oliveira do Hospital, Coimbra). A mesma EN 17 está também cortada em Folhadosa, Seia, Guarda. Na Guarda há igualmente registo do corte da EN 232 (entre Gouveia e Manteigas).
Em Viana do Castelo, está encerrada a EN 202 (entre Trovisco e Bela e entre Barbeita e Monção).
No distrito de Viseu, está cortada a EN 553 (Feirão, Resende, Viseu).
Já no distrito de Aveiro, também estão cortadas devido a incêndio a EN 235 (Palhaça) e a N109 (Vagos).
Quanto aos itinerários principais, há um corte do IP6 – Itinerário Principal da Estremadura e Beira Baixa (Olho Marinho) e do IP3 – Itinerário Principal da Beira Litoral (Penacova).
Também está cortado o Itinerário Complementar (IC) 9 (Carregueiros, Tomar, Santarém).
Depois, há uma série de estradas municipais (EM) cortadas: EM 1232 (Prilhão, Lousã, Coimbra), EM 522 (Póvoa de Serpins, Lousã, Coimbra), EM 1087 (Feirão, Resende, Viseu), EM 553-1 (Panchorra, Resende, Viseu), e a EM 1154 (Soutelo, Castro Daire, Viseu).
Há ainda alguns arruamentos em que a circulação automóvel foi cortada, como em Alcobaça (Leiria) e na Ericeira (Mafra).
Mais de 6.000 operacionais combatem 33 fogos “de grande complexidade”
Mais de 30 incêndios de “grande complexidade” continuam hoje à noite ativos no país e estão a ser combatidos por mais de 6.000 operacionais, apoiados por 1.600 viaturas, segundo a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).
No segundo ‘briefing’ à comunicação social de hoje, que ocorreu pelas 22:00, a adjunta de operações nacional, Patrícia Gaspar, disse que ainda estavam 108 fogos ativos e, desses, 33 eram de “importância elevada”, pela sua duração, pelos meios que concentram e “pela complexidade no terreno”.
Segundo a responsável, estes incêndios importantes “concentram-se nos distritos de Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Viana do Castelo e Viseu, e estas são apenas as [ocorrências] que concentram mais meios e mais atenção por parte de todas as autoridades”.
Durante o dia de hoje, foram registados já 443 incêndios, sendo que os distritos mais afetados são Aveiro (com 56 fogos), Braga (com 38), Coimbra (com 25) e Porto (com 120 incêndios) e Viseu (com 36).
Pelo menos três fogos ultrapassaram fronteiras municipais e distritais: o da Figueira da Foz (distrito de Coimbra) entrou em Mira (Aveiro), o da Lousã (Coimbra) passou para o distrito de Viseu e o de Seia está a lavrar já no concelho vizinho de Gouveia.
“Estamos perante um cenário operacional de elevada complexidade. Temos todos os meios do terreno para fazer os possíveis e impossíveis [para apagar as chamas]. Lançava novamente um apelo: estamos ainda durante o período crítico da defesa de floresta. O uso do fogo [nesta fase] é proibido”, disse Patrícia Gaspar, na sede na ANPC, em Oeiras, distrito de Lisboa.
Questionada sobre se a situação está descontrolada, a adjunta de operações disse que a situação está ainda a evoluir desfavoravelmente, sobretudo face ao final da tarde de hoje.
Na altura, durante o primeiro ‘briefing’, Patrícia Gomes, disse que “foi o pior dia do ano em matéria de incêndios”, apontando 303 incêndios registados até aquela altura.
“Há pouco referimos que estávamos, de facto, perante o pior dia do ano e essa informação mantém-se, e não só se mantém como se reforça”, afirmou a responsável da ANPC.