Uma cobra-de-água-viperina (Natrix maura) foi este mês registada em fotografia em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Pedro Silva, autor da foto, mostrou-se satisfeito por finalmente ter conseguido fotografar uma serpente: “Finalmente apareceu, por tantas vezes que vou ao parque, ainda não tinha visto, hoje foi dia, e ganhei o dia”.
Apesar de estar envolta em água, a cobra ainda estava distante de um riacho que por ali corre.
Contactado por O MINHO, Pedro Alves, biólogo da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, explica que a interação com esta serpente, “ou outra qualquer serpente e mesmo qualquer animal é de manter a distância e deixar o animal seguir o seu caminho”.
Pedro Alves nota que, embora imite uma víbora, por ser essa a sua principal defesa, “esta espécie é inofensiva e raramente ataca”, alimentando-se de peixes, anfíbios e outros seres aquáticos.
“Faz isso [imitar uma víbora] através da modificação da forma da cabeça, ficando esta mais triangular. E o próprio desenho dorsal e tipo de escamas, são semelhantes ao das víboras, além da posição de defesa que adopta, muito parecida ao das víboras”, prossegue.
O biólogo da Palombar conclui ainda que esta serpente não produz veneno: “Tem dentição áglifa, ou seja, pequenos dentes serrados sem capacidade de inoculação”.