Homem que atingiu vizinho a tiro em Vieira do Minho pede pena suspensa

Crime
Foto: O MINHO

O advogado de defesa de um homem de 79 anos que desferiu um tiro quando lutava contra o vizinho, em Vieira do Minho, pediu esta quarta-feira a aplicação de uma pena suspensa, tendo em conta todos os factos que concretamente se verificaram durante a contenda e a ausência de quaisquer antecedentes criminais do arguido, que estava a defender a esposa.

Para o procurador do Ministério Público, “não repugnava” a eventual suspensão da pena a aplicar ao arguido, não tendo solicitado uma prisão efetiva para Abel Cunha, que irá em breve completar 80 anos de idade e tem cumprido sempre todas as medidas de coação.

Pedro Miguel Carvalho, defensor de Abel Cunha – reformado da atividade de trabalhador da construção civil -, a “suspensão impõe-se desde logo, porque a simples ameaça da pena é suficiente para satisfazer todas as exigências de prevenção especial”, relativamente ao acusado, natural de Cantelães, em Vieira do Minho.

Os factos ocorreram naquela freguesia, ao final da tarde de 03 de março de 2021, na Rua Nossa Senhora da Fé, quando na sequência de umas questiúnculas antigas, relacionadas com a posse de terrenos confinantes, houve insultos e agressões, tendo a dada altura o idoso, 20 anos mais velho, sacado da “arma de defesa”.

Abel Cunha afirmou não ter nunca intenção de matar o vizinho, e que utilizou a arma de fogo por ser muito mais velho que o vizinho e ter problemas de mobilidade, explicando que Manuel Cunha terá “insultado a esposa do piorio e daquilo que pior se pode chamar a uma mulher” (acusação pela qual este mesmo está a ser julgado).

“Só fui em defesa da honra da minha esposa, alguém tinha de a defender, nunca quis matar ninguém”, disse, admitindo, no entanto, ter sido ele a disparar o tiro que atingiu o vizinho apenas de raspão.

No entanto, segundo o advogado, ainda hoje subsistem dúvidas sobre quem teria disparado, uma vez que a vítima do tiro agarrou a pistola, não se sabendo se ainda antes, porque, alegou o advogado Pedro Miguel Carvalho, o outro contendor, Manuel Vieira, de 57 anos, tomou banho e mudou de roupa depois dos incidentes, pelo que não foi possível a Polícia Judiciária de Braga confirmar se também este tinha vestígios de pólvora na mão.

Manuel Vieira, que foi Ranger, durante o seu serviço militar obrigatório, afirmou sempre ter sido o tiro disparado por Abel Cunha, o dono da pistola de alarme, adaptada para tiro real, conforme este assumiu, negando que o disparo tivesse ocorrido quando tirou a arma das mãos do vizinho, mas que só a conseguiu pegar quando encravou numa tentativa de Abel Cunha dar o segundo tiro, mais dizendo que não morreu por se ter desviado a tempo.

Manuel Vieira, a vítima, é pai de um jovem militar da GNR de Vieira do Minho, que sem saber, deslocou-se, por estar em tarefas de patrulha, nessa tarde, em “serviço às ocorrências”, caso contrário teria pedido escusa de intervir no caso.

 
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